Com introdução e artigo de conclusão do juiz Sergio Moro, livro é relato completo e preciso de uma das maiores operações contra a corrupção da história europeia
“A corrupção ou a prática de suborno, com pagamento de vantagens indevidas por agentes privados a agentes públicos, sempre existirá. Homens não são anjos. Constituem amálgama de vícios e virtudes e mesmo em regimes utópicos pode-se cogitar que sempre haverá aqueles dispostos a decaírem.” (Juiz Sergio Fernando Moro, na introdução do livroOperação Mãos Limpas)
A Operação Mãos Limpas realizada em 1992, foi a maior investigação sobre corrupção sistêmica já realizada em um país. Conduzidas na Procuradoria de Milão, na Itália, as investigações desvendaram uma enorme rede de corrupção entre governo e empresas vendedoras de bens ou serviços ao setor público. A propina arrecadada financiava partidos e enriquecia políticos e amigos do poder.
Durante a campanha da operação, 2.993 mandados de prisão foram expedidos, 6.059 pessoas foram investigadas, incluindo 872 empresários, 1.978 administradores locais e 438 parlamentares, dos quais quatro haviam sido primeiros-ministros. Além disso, 13 envolvidos cometeram suicídio e grandes partidos foram extintos.
Corrupção, licitações fraudulentas, desvios de verba, financiamentos ilícitos de partidos, fraudes contábeis e lavagem de dinheiro foram o pano de fundo para a atuação de políticos, empreiteiros, banqueiros, mafiosos e maçons.
Qualquer semelhança com a Lava Jato pode ser mera coincidência, mas não há como deixar de se estabelecer um paralelo e, nessa medida, rememorar o que os italianos já experimentaram passa a ser fundamental para entender o que está reservado para o Brasil.
Vivenciando o dia a dia da chamada Operação Mãos Limpas em Milão, os autores italianos desta obra – todos jornalistas do il Fatto Quotidiano – foram capazes de traduzir a complexidade da criminalidade elitizada italiana num título de fôlego, que possui, em sua versão em português, a introdução e artigo completo escritos pelo juiz federal Sergio Moro.
Operação Mãos Limpas é um verdadeiro vade mecum, um guia completo, capaz de conduzir o leitor a entender o que aconteceu tanto no curso das investigações, quanto também nos vinte anos que se sucederam.
SOBRE OS AUTORES
Gianni Barbacetto, jornalista, escreve para il Fatto Quotidiano. É diretor do Omicron (o observatório milanês sobre a criminalidade organizada no Norte da Itália). É autor de outros 9 livros, possui trabalhos na televisão, cinema e teatro, e um documentário. Dirigu a revista Societá Civile e apresentou o programa sobre economia e finanças.
Peter Gomez, jornalista do il Fatto Quotidiano e diretor do il Fatto Quotidiano online, trabalhou com Indro Montanelli inicialmente no il Giornale e depois no La Voce. Nos últimos anos, cobriu todos os principais escândalos italianos sobre Máfia, propinas e corrupção. Possui outros 18 livros escritos.
Marco Travaglio trabalhou com Indro Montanelli, inicialmente no il Giornale e depois no La Voce. Contribuiu com diversas publicações, entre as quais Sette, Cuore, Il Messaggero, Il Giorno, L'Indipendente, Il Borghese, la Repubblica e l'Unità. Hoje, além de escrever no l'Espresso, Micromega, A, e de colaborar com o programa televisivo Servizio Pubblico, de Michele Santoro, é vice-diretor do il Fatto Quotidiano, para cuja fundação contribuiu em 2009.