Dizem que uma pessoa ao morrer, quem mais se recordará, serão seus familiares e amigos. Assim foi e será para os familiares e gerações de amigos que conheceram o senhor Pedro Gadelha. Mas os seus feitos também o lembrarão.
Neste último domingo (28) faleceu o senhor Pedro Gadelha, pai
do radialista Robson Vilela e responsável pela construção de Catedral em Rio
Branco.
História do construtor
Ainda na formação histórica da cidade de Rio Branco, tão logo
a capital passou a ser instalada no lado Penapólis, na margem esquerda do Rio
Acre, o primeiro prédio a ser erguido com os desenhos e coordenação do padre
André Ficarelli (in memoriam) foi a Catedral Nossa Senhora de Nazaré.
Naquela época já haviam residências feitas no modo
tradicional, todas a base de madeira. A pedido do bispo na época e com a ausência
de profissionais formados no Acre, a igreja católica pediu ao padre André que se
construísse uma edificação diferente da que era utilizada. E assim fez.
Padre André buscou contratar outro visionário como Pedro
Gadelha, que além de proprietário de uma das maiores serrarias da capital,
criava engenhocas para ajudar atender as dificuldades daquele período em que
não existiam máquinas ou ferramentas em que se encontram hoje com facilidade.
As pedras que vieram da Itália, Portugal e até da Espanha por
meio dos navios que atracavam nas proximidades de onde hoje existem as pontes,
eram transportadas com o auxilio de instrumentos e homens que com determinação,
levantaram a primeira edificação feita de pedras e cimento no Estado do Acre.
A Catedral Nossa senhora de Nazaré é considerada o coração de
Rio Branco por esse feito histórico e quase esquecido pelo tempo. Além dela, o
padre e o construtor ergueram o Palácio do Bispo e prédios históricos como o
antigo prédio da justiça, onde hoje funciona o Mohan, o prédio onde funcionou o
Colégio Meta, a Igreja da Comunidade Nossa Senhora da Conceição e o Colégio Imaculada Conceição.
Muitos dos adolescentes que residiram no bairro Cadeia Velha,
mesmo bairro onde seu Pedro morou com a família até o fim da vida, recordam que
o mesmo vivia dando carreira neles ao entrarem em sua serraria, como os
vizinhos que na época eram crianças e hoje são ais de família. Até jornalistas
como Luciano Tavares e esse que vos escreve vivem a recordar do seu Pedro.
Esses relatos foram extraídos de uma entrevista sobre os
cinquenta anos da catedral em 2008.