Na noite de ontem (5.jul.2016), pelo menos quatro fotojornalistas foram agredidos por seguranças do Metrô Rio durante tumulto na estação Uruguaiana, na capital fluminense. Os profissionais voltavam da cobertura do ato "Calamidade Olímpica", realizado em frente à Assembleia Legislativa do Rio, quando os seguranças reprimiam jovens que tentavam pular as catracas do metrô.
Ao fotografarem a ação, Matias Maxx (VICE), Roger McNaught (freelance) e Ellan Lustosa (freelance) foram agredidos e estrangulados com "gravatas" pelos seguranças; Katja Schilirò (freelance) teve sua lente danificada.
Em reportagem, Maxx relata que ficou quase inconsciente; à Abraji, disse estar com a garganta machucada. Ele, McNaught e Lustosa ainda foram detidos sem justificativa e liberados sem acusações horas depois, já de madrugada. Os profissionais registraram queixa contra os seguranças.
A Abraji repudia as agressões dos seguranças do Metrô Rio aos quatro fotógrafos e exige que a concessionária e as autoridades competentes identifiquem e punam os responsáveis. É inaceitável que agentes públicos tentem impedir o exercício da liberdade de expressão e do direito à informação -- especialmente em uma cidade que, daqui a um mês, receberá milhares de jornalistas para cobrir os Jogos Olímpicos.
Desde junho de 2013 a Abraji registra os casos de violações contra jornalistas durante a cobertura de protestos. Entram na lista tanto agressões deliberadas quanto acidentais, protagonizadas por agentes de segurança ou por manifestantes. O total de casos soma 281 com as ocorrências desta nota.