O prefeito Marcus Alexandre e senador Jorge Viana apresentaram nesta segunda-feira, 28, o programa Bicicletas Compartilhadas de Rio Branco, sistema em que o usuário do transporte coletivo pode optar por percorrer determinado trecho de bicicleta e tomar o ônibus –ou vice-versa –com integração do bilhete eletrônico.
O programa faz parte do Plano de Investimentos em Mobilidade Urbana que aplicará nos próximos três anos mais de R$80 milhões em alargamento e urbanização de sete vias, além da substituição de pontes de madeira por concreto e implantação de ciclovias.
O lançamento do programa ocorreu no auditório da Prefeitura de Rio Branco e contou com a presença de vários integrantes da Associação de Ciclistas do Acre, do ciclista Gilberto Trota Mundos; os vereadores Gabriel Forneck, Líder do Prefeito na Câmara Municipal, e Roselane, ativista do ciclismo; o consultor Ricardo Correa, diretor-presidente da TC Urbes, umas das consultorias mais experientes em mobilidade social; o gestor público e presidente da Associação de Ciclismo do Acre (ACAC), Valden Rocha; e o presidente da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito de Rio Branco (RBTRANS), Ricardo Torres, coordenador, junto com o Gabinete do senador Jorge Viana, TC Urbes e ACAC, do programa Bicicletas Compartilhadas.
Acreano, Gilberto Trota Mundos pedalou por 142 países percorrendo mais de 500 mil quilômetros ao redor do planeta, e enalteceu a iniciativa do prefeito Marcus Alexandre que segue a política de valorização cicloviária iniciada por Jorge Viana quando foi prefeito de Rio Branco. Em 1994, Viana implantou os primeiros 400 metros de ciclovia na região do Horto Florestal. Hoje, a capital do Acre possui cerca de 100 quilômetros de vias cicláveis, a maior taxa per capita/km do Brasil. “A bicicleta une as pessoas”, disse Trota Mundos, que contou um pouco de suas aventuras mundo afora.
“As bicicletas compartilhadas tem como base os terminais de integração”, frisou o prefeito. De seu lado, Jorge Viana anunciou que irá trabalhar muito para que em 2014 as primeiras estações já estejam implantadas. “Rio Branco será uma das primeiras cidades a chegar ao sistema de transporte sustentável”, disse o parlamentar. Ele anunciou também que em 2014 irá percorrer a BR 364 no trecho de Rio Branco a Cruzeiro do Sul de bicicleta.
Valden Rocha apresentou vídeos que estão sendo veiculados nas redes sociais exaltando o uso da bicicleta como meio de transporte alternativo e passou informes sobre o ativismo cicloviário da ACAC, que há dois anos vem mobilizando multidões para pedalar por Rio Branco e seus pontos históricos.
Como é uma estação de bicicleta pública compartilhada?
A estação de bicicletas compartilhadas é automatizada, podendo ser utilizada diretamente pelo usuário através da interação com o totem de serviço, que está acoplado às travas que prendem as bicicletas.
Cada estação é composta por vários equipamentos de segurança e leitor de cartão próprio do sistema (integrado com o cartão de bilhetagem única local), acoplado a uma barra lateral com determinado número de travas e de bicicletas. O objetivo de haver duas travas sem bicicleta por estação é permitir, desde o começo da operação diária do sistema, ao menos duas vagas livres para bicicletas que venham de outras estações para serem devolvidas. Ou seja, mesmo que nenhum usuário tenha retirado alguma bicicleta da estação, será possível estacionar ao menos duas bicicletas vindas de outras estações. O sistema prevê que qualquer bicicleta retirada de uma das estações pode ser devolvida em qualquer outra estação do sistema.
A barra lateral da estação é estruturada por módulos contendo 3 travas, o que quer dizer que as vagas nas estações são facilmente personalizadas para atender maiores ou menores demandas. “Estamos muito felizes com essa iniciativa”, sintetizou o representante da ACAC, Aldemar Neto, após conhecer detalhes do projeto.
Especialista diz que Rio Branco foi a 1ª cidade no mundo a buscar solução antes do caos
Para que um sistema de Bicicletas Compartilhadas seja bem sucedido e atenda as necessidades de mobilidade urbana de uma região, ele precisa ser bem planejado e isso compreende o entendimento das principais demandas por transporte em cada cidade e uma série de outros aspectos.
A simples instalação de estações de retirada e devolução de bicicletas, sem se preocupar com a frequência de uso dos locais, modo como às pessoas se locomovem e suas necessidades, entre outros fatores, poderá não contribuir o esperado para melhorias efetivas de mobilidade urbana.
Daí a participação da consultoria TC Urbes no programa. A empresa possui elevado know-how e reconhecimento internacional na área de mobilidade social. O consultor Ricardo Correia lembrou que Rio Branco foi a primeira cidade do mundo a buscar uma solução para essa questão antes de o caos tomar conta. “Tempo, custo, conforto e segurança, a bicicleta sempre ganha”, disse Correia, que já colaborou com a construção do Plano Diretor de Transporte e Trânsito de Rio Branco.