É interessante como a maioria de nós só consegue enxergar uma mulher como protagonista através da conquista ou por conta de um sofrimento.
Recentemente me vi em alguns situações
de desabafos femininos, como a da amiga que é mãe solteira ter que ouvir de
outra pessoa que a vida de uma mulher divorciada e que recebe pensão por conta
do filho é fácil, de como não precisa fazer esforço para conseguir as coisa. Ou
a que é mãe solteira e vive a ser iludida por conversas moles de homens que só
as querem para manter uma relação de prazer.
Isso tudo me veio como uma
descarga elétrica ao assistir a um documentário, onde diversas mulheres tinham
em comum o fato de terem sido abusadas por um charlatão. Para reforçar o
sofrimento de uma mulher, não foi o ângulo fechado nas lagrimas que escorriam
pelo rosto delas ou as história que causaram revolta e até a necessidade de
proteção com as que temos, como mãe, irmã e filha.
Algumas dessas mulheres levaram
suas dores a justiça em busca de acolhida e só encontraram mais dor e
sofrimento, como estivessem mentindo. Uma foi abusada pelo pai, outra foi
obrigada a manter relações sexuais forçadas para depois atirarem na sua cabeça,
mas Deus não permitiu que morresse para contar sua história, outro relato foi
de alguém que sofreu abuso e na busca por cura foi ainda mais violentada.
Ouvimos e falamos dos direitos
adquiridos pelas mulheres conforme as datas comemorativas ou alienados pelo
comercio que busca vendas. Mas por que somente nessas datas? Acredito que a
única mulher a receber algum tipo de respeito é a mãe da gente pela gente,
porque o mundo já provou que retrocedeu no respeito a mulher.
Alguns dirão que tem umas
mulheres são “safadas” por natureza. Eu acredito que ninguém nasce assim, mas
que se torna por influência de uma sequência de fatores externos e convívios. A
mulher que mata um homem que batia constantemente nela, não se tornaria assim
se tivesse sido ouvida nas denúncias e existisse de fato uma justiça célere,
certa e de confiança.
A mulher é rotulada de todo tipo
de adjetivo. Se existe a intenção de conquista, ela escuta declarações rasas,
mas com palavras superlativas. Se ela ameaça ou não faz conforme o que muitos
homens querem, ela é considera como a pior espécie do gênero.
Alguns de meus camaradas homens
dirão que estou contra o meu gênero ou tentarão me descredenciar ao colocar
minha masculinidade em cheque. A esses será que só tem valor a mãe e filha? E a
companheira que te conheceu um pé rapado, te fez crescer na vida e foi trocada
por uma versão mais nova?
Nos homens e humanidade em geral
somos oito ou oitenta ainda, se não é pelo amor vai ser pela dor. Mulher é um
ser tão sublime que não deveriam ser lembradas somente em casos de violência ou
datas festivas, mas enaltecidas com bastante frequência.
Mulher é um ser tão incrível que
tem homem querendo ser uma, assim como tem mulher que não se basta sozinha e
quer outra para se completar. Valorizemos as mulheres não só para o prazer
carnal em situação de vulnerabilidade. Mulher é boa e só se descobre sua magia
se está feliz. Um beijo as minhas musas, deusas, ninfas, amores, ficantes,
amadas ou amantes.
Victor Augusto Nogueira de Farias