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Que mulher é essa?!

É interessante como a maioria de nós só consegue enxergar uma mulher como protagonista através da conquista ou por conta de um sofrimento.

Recentemente me vi em alguns situações de desabafos femininos, como a da amiga que é mãe solteira ter que ouvir de outra pessoa que a vida de uma mulher divorciada e que recebe pensão por conta do filho é fácil, de como não precisa fazer esforço para conseguir as coisa. Ou a que é mãe solteira e vive a ser iludida por conversas moles de homens que só as querem para manter uma relação de prazer.

Isso tudo me veio como uma descarga elétrica ao assistir a um documentário, onde diversas mulheres tinham em comum o fato de terem sido abusadas por um charlatão. Para reforçar o sofrimento de uma mulher, não foi o ângulo fechado nas lagrimas que escorriam pelo rosto delas ou as história que causaram revolta e até a necessidade de proteção com as que temos, como mãe, irmã e filha.

Algumas dessas mulheres levaram suas dores a justiça em busca de acolhida e só encontraram mais dor e sofrimento, como estivessem mentindo. Uma foi abusada pelo pai, outra foi obrigada a manter relações sexuais forçadas para depois atirarem na sua cabeça, mas Deus não permitiu que morresse para contar sua história, outro relato foi de alguém que sofreu abuso e na busca por cura foi ainda mais violentada.

Ouvimos e falamos dos direitos adquiridos pelas mulheres conforme as datas comemorativas ou alienados pelo comercio que busca vendas. Mas por que somente nessas datas? Acredito que a única mulher a receber algum tipo de respeito é a mãe da gente pela gente, porque o mundo já provou que retrocedeu no respeito a mulher.

Alguns dirão que tem umas mulheres são “safadas” por natureza. Eu acredito que ninguém nasce assim, mas que se torna por influência de uma sequência de fatores externos e convívios. A mulher que mata um homem que batia constantemente nela, não se tornaria assim se tivesse sido ouvida nas denúncias e existisse de fato uma justiça célere, certa e de confiança.

A mulher é rotulada de todo tipo de adjetivo. Se existe a intenção de conquista, ela escuta declarações rasas, mas com palavras superlativas. Se ela ameaça ou não faz conforme o que muitos homens querem, ela é considera como a pior espécie do gênero.

Alguns de meus camaradas homens dirão que estou contra o meu gênero ou tentarão me descredenciar ao colocar minha masculinidade em cheque. A esses será que só tem valor a mãe e filha? E a companheira que te conheceu um pé rapado, te fez crescer na vida e foi trocada por uma versão mais nova?

Nos homens e humanidade em geral somos oito ou oitenta ainda, se não é pelo amor vai ser pela dor. Mulher é um ser tão sublime que não deveriam ser lembradas somente em casos de violência ou datas festivas, mas enaltecidas com bastante frequência.

Mulher é um ser tão incrível que tem homem querendo ser uma, assim como tem mulher que não se basta sozinha e quer outra para se completar. Valorizemos as mulheres não só para o prazer carnal em situação de vulnerabilidade. Mulher é boa e só se descobre sua magia se está feliz. Um beijo as minhas musas, deusas, ninfas, amores, ficantes, amadas ou amantes.

 

Victor Augusto Nogueira de Farias

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