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Não direi mais nada

A pandemia foi algo que nunca vivenciamos antes nos últimos anos, não tínhamos conhecimento de nada e acreditávamos que a quarentena só duraria quinze dias e cá estamos a mais de um ano com cuidados (alguns) para não contrairmos a doença.

Muitos duvidaram e não acreditavam pegar e aos poucos os nomes de pessoas doentes começaram a surgir e ocupar os hospitais, as mortes vieram e tiveram nomes conhecidos, queridos e dolorosos pela partida precoce.

Mesmo com as restrições e orientações, muitos sentiam prazer em se colocar em risco, se lembrar dos outros e cada vez mais os nomes eram inseridos nas listas de mortos.

Há mais de um ano estamos acompanhando isso, mas toda vez que se informa que os casos estão diminuindo, muitos acham que acabou. Hoje fui comprar uma água de coco e parei no arena da floresta, pasmem, parecia um formigueiro e diversas pessoas sem máscara como se o vírus tivesse desaparecido.

Quando os parentes, conhecidos e amigos precisaram de um leito da UTI, muitos desses se desesperavam, mas já “está tudo bem né?” Já dá para aglomerar e o carai de asa. Não chorem para imprensa cobrando vaga a um parente por culpa sua. Muitos estão lutando pela vida e morrem na batalha por irresponsabilidade dos outros.

Por fim, não falarei mais nada a respeito do assunto. Façam o que quiserem, mas não chorem por leito se a aglomeração é mais importante do que da seguimento a vida.

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