Busco por meio da comunicação, levar informações dos mais
diversos segmentos. Hoje iniciamos uma nova proposta, como abordar temas até
então desconhecidos por falta de conhecimento ou mesmo medo do pré-julgamento
que os outros poderão ter a respeito de
certas doenças.
Conversando com uma amiga, ela decidiu colaborar com a curiosidade
ou mesmo o ato de encorajar outras pessoas a falarem de suas limitações.
“Olá, hoje eu Amanda Franco Ruella vou falar um pouco sobre
uma doença que adquiri há 10 anos, que é a epilepsia, no meu caso foi
desencadeada por um trauma.
Depois de ter sofrido esse trauma, tive primeiro crises de
ausência, mas eu mesma conseguia perceber que havia algo de errado acontecendo,
e com um passar do tempo a minha irmã presenciou e resolvemos falar para os
meus pais, sim eu não tinha falado ainda por medo do diagnostico, marcamos um
neurologista e a consulta seria na segunda-feira, porém no domingo eu tive a
minha primeira convulsão.
Fui para o Hospital fiz muitos exames (tomografia,
eletroencefalograma, exames de sangue) e o suposto diagnostico foi de
epilepsia. Na segunda eu fui ao neurologista e fiz outros exames e ele
confirmou. Comecei a fazer tratamento com os remédios, tive que trocar algumas
vezes por causa de efeitos colaterais até achar algum que servisse.
Retornei a minha vida normal, que para mim já não estava tão
normal assim, tive que abolir algumas coisas da minha vida como o café,
Coca-Cola, não podia perder sono e outras coisas. Voltei a escola e sofri o
primeiro preconceito, algumas pessoas se afastaram, e foi quando eu resolvi
mudar de turno e tudo melhorou, mas eu já estava com depressão e o que mais me
doía era ver meus pais naquele
sofrimento, toda hora preocupados e ligando, e sei que sofriam mais ainda por
ver eu sofrendo.
Mas decidi que ia lutar e não me abater por isso. Conclui meu
ensino médio, comecei a faculdade, na metade da minha faculdade meu tio faleceu
e isso me prejudicou um pouco (que me conhece sabe o tanto que sofri por isso),
mas eu ainda assim me esforcei e continuei, conclui minha faculdade, e
enxerguei que eu era muito maior que essa doença.
Passei por muitas coisas que pioraram meu quadro epiléptico.
Mas hoje eu decidi não me entregar mais, e ver que existe doenças piores, e
outras coisas bem pior que isso e eu sou uma pessoa abençoada e sou igual a
todos, não preciso me diferenciar dos outros como já fiz. E não tenho vergonha
de ser epiléptica, mas também sei que sempre haverá pessoas leigas que vão ter
preconceito, por que acha que é uma doença contagiosa (e não é), e fantasiam
varias outras coisas.
Mas venho dizer para vocês que sou normal, faço meu
tratamento, já passei até 5 anos sem convulsionar, hoje eu tomo café, vou pra
baladinha já e vivo intensamente, e tenho muito orgulho de quem sou. E se alguém
precisar de ajuda, ou quiser entender mais sobre a doença, vou estar disponível
sempre. E faço meus agradecimentos aos meus familiares e amigos, que lutaram e
lutam comigo ate hoje.”
1 Comentários
Essa é a minha filha linda,forte e corajosa!
Te Amo!!!