Atendendo ao requerimento da
vereadora Lene Petecão (PSD), a Câmara de Rio Branco realizou na segunda-feira,
25, uma audiência pública onde debateu sobre a violência contra a mulher. Na
oportunidade, ocorreu também o lançamento do projeto Lenço Amigo, com o tema
“Violência Contra a Mulher Tem Que Meter a Colher”.
Além dos vereadores, estiveram
também presentes no encontro a secretária de Assistência Social e Direitos
Humanos, Núbia Fernanda de Musis, representando a prefeita Socorro Neri, Dra.
Isnailda Godinho, representando a primeira-dama do Estado, Dra. Thaís Oliveira,
representando a Defensoria Pública do Estado do Acre, promotora Dulce Helena de
Freitas, representando o Ministério Público do Estado do Acre, dentre outros.
Ao dar início a sessão a autora
do requerimento pontuou sobre a importância do debate. “Todos os dias presenciamos muitas mulheres
sendo vítimas de algum tipo de violência doméstica e familiar. É um assunto
delicado e que precisa ser amplamente debatido, atingindo todos os setores da
sociedade. Somente assim conseguiremos reduzir esses números que hoje são tão
alarmantes. A Câmara Municipal e o meu mandato Estão a disposição desse debate.
Aqui reafirmo meu compromisso em combater esse ciclo de violência”, disse Lene
Petecão.
A vereadora destacou ainda sobre
a necessidade da participação do governo federal no debate. “Em âmbito
municipal e estadual o tema tem sido amplamente debatido, porém, precisamos de
uma maior participação do governo federal. Em determinadas ações precisamos de
mais investimentos e é aí que entra a estrutura em Brasília. Chega de debater
sobre a violência contra a mulher apenas no mês de março. Vamos fazê-lo o ano inteiro
e com a participação das três esferas: municipal, estadual e federal”, falou.
A promotora Dulce Helena, ao
dispor da palavra, lembrou que o Acre é um dos estados que mais registra
violência contra a mulher. “Nos primeiros dias de 2019, tivemos mais de 300
inquéritos registrando ocorrências referentes a violência doméstica e familiar.
Isso é alarmante. Precisamos, sim, ampliar esse debate. Não é um ciclo fácil de
ser quebrando, portanto, todo engajamento é de fundamental importância.
Parabenizo a Câmara Municipal pelo envolvimento no tema”, falou.
A Dra. Isnailda, por sua vez,
frisou que o governo do Estado tem colocado na ordem do dia o tema em questão.
“O governador Gladson Cameli já colocou como prioridade esse tema. O objetivo
das ações até aqui elaborados tem como objetivo conter os índices de violência
doméstica e familiar, e que muitas vezes se transformam em feminicídio. É fato
que já tivemos alguns avanços nesse debate, porém, ainda há muito ainda a ser
feito. Não é um ciclo fácil de ser quebrado. Só quem é vítima sabe como é
difícil sair dele. Portanto, temos que nos levantar em favor dessa pauta. E
afirmo: em briga de marido e mulher o Estado deve, sim, meter a colher. Nesse
sentido, convido a todos a iniciar uma grande corrente e propagar essa ideia.
Temos o poder de salvar vidas, então, façamos”.
A secretária Núbia Fernanda
pontua que o desafio do momento é envolver o sexo masculino no debate. “O que
percebo é que continuamos debatendo esse assunto entre nós, mulheres. Precisamos
trazer o sexo masculino para esse debate. A violência perpassa o âmbito
feminino, ele atinge toda a família. Para quebrar esse ciclo de violência é
preciso do apoio familiar, institucional, enfim, toda a sociedade. Precisamos
avançar”.
O que disseream os vereadores:
Elzinha Mendonça (PDT)
“A violência contra a mulher
chegou em um nível tão alarmante que chegamos ao ponto de ter que debater isso
em uma audiência pública. Isso é lamentável. Nós, mulheres, sofremos violência
em muitos aspectos. São tantas coisas absurdas que acontecem diariamente.
Precisamos buscar meios para combater esse mal terrível. É um ciclo difícil,
mas não impossível de ser quebrado. Sou um exemplo disso, portanto, o recado
que deixo para as mulheres que vivem essa situação é que não desistam. Se desvencilhar
é complicado, causa dor na alma, mas ao final tudo fica bem”.
Rodrigo Forneck (PT)
“Quando o assunto é a mulher e a
violência que sofrem, a sociedade precisa dar mão. Não é um assunto de apenas
determinado segmento, mas diz respeito a todos. É um assunto apartidário.
Diante de tudo que foi abordado nessa audiência pública, vejo a necessidade de
se buscar um fortalecimento das ações em favor das mulheres. A grande questão
é: como fazer para fortalecer essa rede de proteção? Quais as necessidades dos
órgãos que trabalham diretamente com esse assunto? Como trabalhamos a
prevenção? Precisamos identificar onde estamos falhando afim de buscarmos os
resultados desejados. Me somo a essa luta. Contem comigo para avançarmos no
debate”.
N. Lima
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