No final do ano de 2013, decidi juntamente com outro colega, que brincaríamos
de nos lançar candidatos à direção do Sindicato dos Jornalistas. Inocente, não
sabia que havia um planejamento de outros colegas para assumir a instituição de
forma politica. Como nunca fui de levar ameaças e desaforo pra casa, decidimos
que iriamos levar a serio a proposta.
O primeiro passo a se fazer conforme
dizia o estatuto e regimento da entidade, precisávamos sindicalizar um número
apto a participarem da votação. Andamos todas as redações e fizemos contato com
pessoal do interior, que mesmo não me conhecendo, acreditaram na ideia e
aderiram ao convite para compor a diretoria. O próximo passo eram as eleições.
Cumprimos todos os prazos estabelecidos
e enfatizamos a categoria. No dia da eleição muitos do que cumpriram o prazo se
apresentaram para votar na sede da Câmara. Neste mesmo dia meu colega na época era da tv
gazeta foi de uma deselegância, não atendeu aos prazos e ao ser barrado pela
comissão, rasgou o papel que trazia em mãos e jogou no meu rosto, me chamando
de lixo. O sangue me subiu, graças a Deus tinha Vanessa França para me orientar.
A eleição foi realizada no dia 23 de
dezembro de 2013, onde fomos eleitos por aclamação. No dia 24 o meu telefone
não parou mais de tocar, a cada meia hora alguém me ligará dizendo que o
sindicato tinha divida com ele ou ela, onde até aluguel de carro para campanha
foi feito. O primeiro passo dessa loucura que deixaram, foi localizar a única
funcionaria que possuíamos. Uma pessoa integra, pois a antiga diretoria a
abandonou com todos os cheques assinados, mas não fez um desconto para pagar
seu salário, que estava atrasado há um ano.
Solicitei a ela que me ajudasse a
desbloquear as constas para poder pagar. Juntos vimos uma divida no valor de
R$86 mil (dinheiro esse que dava para construir ou comprar a sede). Ela achou
que não seria paga e me acionou na justiça, mas graças a Deus não deu em nada
porque o cartório só nos reconheceu seis meses depois. No principio, Freud era
um grande parceiro e isso não posso negar, arrumou um advogado para nos ajudar
e conseguimos desbloquear as contas.
Com o que aprendi no Sebrae, convidei
todos os meus credores para uma reunião, com documentos em mãos eles explicaram
cada divida feita, onde aas mais pesadas era dos alugueis, pois uma casa
localizada próximo ao parque foi alugada e em meio a noite saíram devendo o
valor de mais de R$21 mil e no prédio que estamos, existia um debito de R$18
mil. Expliquei que tinha necessidade e vontade de quitar todos, que me dessem
um prazo de pagar os menores e pagar parcelado os maiores, pois só dispunha de
R$15 mil que estavam bloqueados em conta e a arrecadação antes era referente a
oito associados.
Negociei com a secretária e a paguei
tudo e fui quitando os outros aos poucos. Era complicado dizer que era
jornalista, pois estávamos sem prestigio herdado entre a categoria, tínhamos
famas de caloteiros, mas aos poucos isso foi mudando ao saberem que estava a
frente com uma nova diretoria.
Respondemos a notificações e processos
que não eram meus, mas da diretoria que me antecedeu. Consegui reunir 160
colegas para contribuírem. Parte dessa ajuda financeira veio com os
impostos sindicais que usei para continuar pagando a divida. Nesse meio tempo
fomos notificados a atualizar nosso regimento e estatuto, onde o advogado
orientou que se reduzisse e para a próxima eleição a figura do vice deixaria de
existir. Meu vice enlouqueceu, afirmando que dei um golpe.
Tentou me desmoralizar perante a
categoria, acusou-me de falsificar assinaturas, onde provamos em assembleia que
foi feito legalmente e a assinatura dele constava lá, acusou de estar enganando
o advogado, onde nosso caímos para 100 associados e tive que tirar do meu
próprio bolso o valor de R$1.300, dinheiro esse que poderia ter pago outra das
tantas dividas. De lá pra cá virou um desejo de perseguição.
Quando pensei que estaria quitando tudo,
surge novas dividas da receita e um processo onde o sindicato na época assinou
uma nota contra o proprietário da Santa Casa, gesta bem anterior a minha. O que
era R$ 5 mil para finalizar, tornou-se R$26 mil. Eu havia me comprometido a
pagar, os credores me deram maior tempo, fui para uma nova eleição, onde me
arrependo de ter ido. Meu compromisso teria finalizado em 2016.
A contribuição sindical caiu, ocorreram
várias demissões, empresas alegando crise, mas viajando para dentro e fora do
pais, carros do ano e o piso que era R$1300 quando assumimos e conseguimos
passar para R$2400 ficou nisso. A categoria não se envolve nas questões nem do
próprio interesse, tentamos fazer o dissidio, mas o juiz não aceitou por poucas
assinaturas. Ser presidente do Sinjac é pra quem tem coragem de lutar sozinho
pelo direito dos outros e ainda ser onipresente.
Para conseguir avançar nos pagamentos,
fechei a sala onde funcionava a entidade e entulhei parte das coisas na minha
casa, na da Débora Ribeiro e mesmo da Lane Vale. Boa parte da minha diretoria
não consegue participar de uma reunião uma vez por ano, pois sempre tem outros
compromissos. Já pensei em largar, mas seria frouxo, porem estaria respaldado,
a entidade tornou-se um só.
Recentemente meu ex-vice denunciou a
diretoria alegando que teríamos abandonado a entidade. O juiz indeferiu por não
existir materialidade, pois acompanha o trabalho pela própria mídia. Que bom
que tenho esse prestigio, sinal de uma boa educação e compromisso.
Outro colega afirmou que nunca viu uma
gestão tão bagunçada e sem sede. Logo ele que foi dirigente do sindicato, que
desligou porque não o chamei para o segundo mandato. Como posso manter alguém
que vive a falar mal de minha pessoa ao invés de contribuir com avanços para
categoria? Fora os outros que foram da diretoria, descendo o dedo nas criticas,
mas eu precisava ser mais “flexível” quando ele tentou inserir um garoto de 15
anos no lugar de um profissional, sub locando a mão de obra do menino.
Ao colega que disse que não temos sede,
ele esquece que no processo de pensão da filha, eu liberei o advogado para
atender, onde eu paguei do meu bolso. Gostaria de saber se ele faz milagre,
pois no Acre somos 566 profissionais registrados, mas somente 25 são
sindicalizados. Como que paga o advogado e uma sede? Como se opera uma gestão
com o valor de R$1200? Estou executando o jornal página 20, Tv Rio Branco,
Tribuna e Rede Amazônica. Sabe como faço tudo isso, com apoio de amigos que
sabe que sou de confiança e que vou pagar.
A categoria que deveria ter sido a
primeira a apoiar, a se qualificar na estrutura sindical somente jogou a
responsabilidade nas minhas costas e cobra. Benefícios consegui para os
sindicalizados, mas quem deve a três anos se acha no direito de exigir o mesmo
trato. Nunca vi você ficar devendo e ainda querer colocar banca.
Estou no meu ultimo ano a frente da
entidade e encerrarei minha vida sindical nesta profissão. Não largarei pelo
fato de que não sei quem assumiria no meu lugar, já que meu CPF ainda estaria
atrelado até o dia 31 de dezembro de 2019. Depois disso, vou correr atrás do
prejuízo dos seis anos e meio que perdi a frente da entidade. Nunca desejei ter
nome de rua ou praça, mas o mínimo de respeito ao trabalho franciscano que
venho realizando e por vezes tirando do meu bolso pra não deixar a peteca cair.
Em 2020 se preparem para as judicializações!
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