A maior paixão de Hélio Melo era o violino e a ele o artista de alma puramente acreana se dedicava com disciplina espartana. Apenas pelo próprio esforço, já que não tinha muito estudo, Hélio Melo transformou-se em um artista completo –e virou músico, escritor, pintor...um operário das artes.
Ele completaria 89 anos de idade nesta terceira semana de julho se vivo estivesse. Para comemorar a data, a Prefeitura de Rio Branco, através da Fundação de Cultura Garibaldi Brasil (FGB) realiza a exposição Lendas da Floresta com cinco painéis pintados por Hélio Melo para retratar o homem amazônico e as figuras míticas da floresta. Os painéis estavam expostos no Parque Ambiental Chico Mendes e sofreram muito com a ação do tempo, a umidade e os efeitos do sol. “As pinturas foram restauradas pelos artistas Danilo d´Sacre e Darci Seles e a exposição é uma homenagem aos 89 anos do Hélio Melo”, explicou Rodrigo Forneck, presidente da FGB. Os painéis estarão expostos para visitação pública a partir das 17h30 desta terça-feira no jardim da Prefeitura. O local foi escolhido para que os visitantes também possam conhecer melhor o histórico prédio da Prefeitura de Rio Branco, que já abrigou um presídio e um hotel.
O homenageado é um homem simples, um autodidata. Por todo o Acre, ele é considerado um ´multiartista –e mais que isso, diz a FGB, trata-se de um dos principais representantes das raízes e das identidades culturais do Acre. A exposição Lendas da Floresta conta com apoio da Associação dos Artistas Plásticos do Acre (AAPA) e da iniciativa da Ação Rio Branco Amiga, coordenada pela Primeira Dama de Rio Branco, Gicélia Viana.
Estarão expostos cinco painéis retratando os seguintes personagens da Amazônia:
Mapinguari
É um monstro lendário da floresta. Seu tamanho é dois metros e anda em pé. É cabeludo, tem couro resistente e um umbigo grande por onde solta um cheiro mal que embriaga o caçador. Suas unhas são afiadas e só tem um olho no meio da testa. Dizem os índios apurinãs que ele existe de verdade.
Mãe da Mata
Protetora da floresta, invisível nos mistérios da mata. Castiga o seringueiro que maltrata árvores. É uma velha magrinha, mas exigente e poderosa. Açoita o cachorro e enfrenta o seringueiro derrubando-o até sete metros de distância.
Curupira
É avermelhado e tem forma de um macaco. Anda em pé e tem os pés virados para trás. O curupira protege a caça. No dia em que o caçador vê o curupira não consegue matar a caça.
Matinta Pereira
É um pássaro de cor cinzenta com o encontro das asas amarelado. O canto dela é assim: “Matinta!”. No mesmo instante se escuta dizer: “Pereira!” mas bem distante de onde ela se encontra. Ela é cheia de encantos e às vezes se transforma e fica com cara de ser humano.
Caboquinho da Mata
É um pouco bravo e muito difícil de ser encontrado, pois ele fica quase sempre invisível. É baixinho, anda em pé e seus cabelos são como o do porco espinho. Tem muita força e quando fica aborrecido com um caçador acontece de açoitá-lo e o caçador fica todo cheio de marcas de cipó.
SERVIÇO
O que: Exposição Lendas da Floresta (obras restauradas de Hélio Melo)
Abertura: 21 de julho, terça-feira, 17h30
Quando: de 21 de julho a 30 de agosto
Onde: Jardim da Prefeitura de Rio Branco – Centro.
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