Cada vez mais difundido entre os brasileiros, o seguro
viagem está entre os itens essenciais para quem embarca, seja para destinos
nacionais ou internacionais. Junto com o aumento na aquisição e uso deste tipo
de produto, disseminam-se queixas e problemas em relação à burocracia para
utilizá-lo. Qual seria o problema deste tipo de serviço? Os consumidores brasileiros
sabem realmente o que estão contratando? Estão cientes de seus direitos,
obrigações e exclusões?
Analisando casos recentes neste segmento, observamos que os
brasileiros, em geral, desconhecem as coberturas e possíveis limitações dos
diversos pacotes oferecidos no mercado. Muitos dos problemas enfrentados na
hora de requisitar o sinistro poderiam ser evitados com uma leitura atenciosa
do contrato e envio de informações mais precisas para a seguradora sobre cada
situação.
Há alguns meses, por exemplo, houve o caso de um segurado
que veio a falecer após um afogamento e período de hospitalização nos Estados
Unidos. O caso causou comoção nacional e fez com que amigos e familiares, que
estavam no Brasil, rapidamente se mobilizassem e recolhessem a quantia
necessária para que a mãe do acidentado pudesse viajar para acompanhá-lo.
Neste caso específico, a família desconhecia a existência de
uma cobertura que supria essa despesa no seguro contratado antes do embarque.
Posteriormente, a seguradora foi contatada e responsabilizou-se pelos gastos
médicos e repatriação do corpo, além de indenização pela morte acidental. Os
gastos com a passagem foram ressarcidos, mas o estresse causado, em um momento
em que a família já estava abalada pela tragédia, poderia ter sido facilmente
evitado.
É de suma importância que não só o viajante, mas
principalmente seus beneficiários, estejam cientes de cada cláusula do seguro
adquirido e dos procedimentos que devem ser tomados na necessidade de
acioná-lo. Assim como, ter em mãos cópias de todos os documentos do segurado e
informações sobre a viagem.
Outro exemplo de repercussão nacional foi o da queda de um
balão na região da Capadócia com vários brasileiros a bordo. Uma das
acidentadas precisou passar por várias cirurgias e necessitava de repatriação
em avião UTI, ao custo de € 100 mil, porém seu seguro cobria este tipo de
despesa somente até o limite de € 30 mil.
A situação aponta para outro importante fator ao se
contratar o seguro viagem, as características do destino a ser visitado e
possíveis atividades em que o segurado poderá estar envolvido. Em alguns casos,
vale a pena investir em uma apólice mais abrangente, com coberturas de valores
mais altos, para evitar possíveis sustos ou despesas inesperadas.
* Raphael Swierczynski é CEO
da QBE Brasil Seguros, empresa líder em seguros viagem no País e filial do
Grupo QBE Seguros, considerada uma das 25 maiores empresas de seguros do mundo,
com presença em 43 países.
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