*Aurélio Melo
Neste ano, o “Dia dos Namorados”
culminará com a abertura oficial da Copa do Mundo. Houve até propaganda de
patrocinador da Copa sugerindo que se comemore a data na véspera da abertura da
Copa para não “misturar” as duas paixões e comemorá-las separadamente. Mas, que
paixões são essas?
“O futebol é uma paixão do
brasileiro!” Quem nunca ouviu essa expressão ou outras parecidas. Mas o que é a
paixão? Derivada do latim passio, ação de sofrer, a paixão
pode ser um sentimento ou um estado emocional que se caracteriza pela perda da
razão.
Comumente pensamos em casais apaixonados e suas “loucuras” em nome da
paixão, mas esse poderoso afeto pode ter diferentes objetos. O futebol é um
deles. Quem não conhece alguém que é fanático pelo seu time de futebol, o time do
coração. Note que essa pessoa pode ser alguém calmo e equilibrado no seu dia a
dia, muitas vezes metódico, e que pensa antes de tomar decisões, mas na
condição de torcedor do seu time parece outra pessoa. Essa mudança de
comportamento se dá em função da paixão. Trata-se de um sentimento que altera o
comportamento e, muitas vezes, nos torna descontrolados. Em tempos de Copa, a
paixão pelo futebol torna-se evidente e contagiante.
A outra paixão diz respeito à data em
que os amantes se confraternizam: o Dia dos Namorados. Como foi dito antes,
trata-se do mesmo afeto, mas com outro objeto: o ser amado. Contudo, no próximo
dia 12, veremos casais divididos entre duas paixões: o futebol e seus
respectivos cônjuges. Mas, em vez de pensarmos em divisão, por que não aderimos
à soma? Isto é, torcer juntos, acompanhados dos amigos e familiares. Dizia-se
antigamente: a lua é dos namorados. Na próxima quinta diremos: a Copa é dos
Namorados.
*Aurélio Melo é psicólogo e
professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
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