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Tedoidé

Chega desse negocio de namorico virtual meu chapa, hoje é dia de tomar aquela ducha caprichada, reforçar no melhor perfume e colocar aquela roupa de caçada, pois hoje é dia de balada.

Pronto. Chegamos no pub número cento e alguma coisa. Encosta no balcão e pede aquela gelada, afinal, a coragem da noite começa com uma garrafa. E do nada você olha para o lado e vê uma moça te observando. Ela da um sorrisinho, baixa a vista, toma sua bebida naquele canudinho e aos poucos vai levantando te lançando olhares que a professora do catecismo não permitiria.

Você já está com a coragem circulando no organismo, oferece uma cerveja e ela aceita. Pronto, você já recebeu a autorização para tentar conquistar o território. Você da dois beijinhos bem sem vergonha, pois se não rolar a tentativa de domar a fera entre as quatro paredes, pelo menos você na sua mente vai lembrar daquele selinho roubado que nem no tempo de colégio.

Vocês se apresentam, dão risadinhas, ela se aproxima um pouco mais e você lança ao ar aquele silencioso grito de acasalamento “vamos para outro lugar?”. Ela disse vamos e se dirigem ao marmitão (veiculo casual de pegação, ali começa a troca de informações profundas. No caminho até as paredes de libertação vai rolando as previas. As emoções são semelhantes a de quem passa pela blitz do Detran com uma final de copa.

Fechada à porta, a bela começa a se transformar na fera, não aquela que vira um gorilão, mas uma verdadeira duble do gemidão do whats. Depois que você foi cavalgado, testou a resistência do “pula-pula”, provou do frango do seu bigode, que nem lembra se tinha bigodinho ou não, cai num breve êxtase enquanto ela se refaz.

Você deixou a bela em casa, foi pra sua com um sorrisinho besta enquanto lembra dos melhores takes. E só percebe que já amanheceu depois que saiu do mercado do bosque. Na tentativa de saber se ela era real, você manda uma mensagem agradecendo a noite. Ela também agradece e diz que vão marcar de se ver.

O que era para ser uma aventura, virou paixão e agora você só ouve as músicas do Robertão. Me conta a sua história/ Encosta no meu ombro/ Mas venha sem receios/ Venha sem remorsos/ Eu não a quero pura/ Eu não a quero santa/ Eu quero só você...

Vocês poderiam ter ficado só naquela transa homera, mas rolou algo a mais e agora são casados e já vive há uns oito anos. O guri já tem quase dois anos. A vontade carnal não ficou só no momento, mas nos momentos que vieram depois do primeiro contato. Saber conhecer também é um bom passa para a vida a dois e não somente a vida na horizontal.

 

 

Victor Augusto N. de Farias é jornalista, fotografo, radialista, rotariano, sindicalista e gente boa!

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