No pais do Carnaval, onde tudo só começa depois dos festejos
momescos, o ano de 2020 não começou, ele fez a humanidade se aquietar dentro de
suas casas devido a um vírus que não tinha uma cura. Pessoas adoecendo, ficando
com falta de ar, febre e tantos outros sintomas que acabaram levando a morte.
A orientação era que ficassem em casa e mantivessem o
distanciamento social, levando famílias a se limitarem ao convívio único e
exclusivo daqueles com quem já viviam diariamente. Mas tem aqueles que achavam
ser frescura, que era necessário manter o comercio funcionando e que ficava em
casa quem quisesse.
O resultado foi visto e ainda é acompanhado. Mais de dez
meses e ainda tem aqueles que negam a existência do COVID-19 e continuam a
achar uma frescura. Tem aqueles que pegaram e não sofreram sintomas mais fortes
e acreditam que se eles resistiram sem grandes danos, os outros também poderão
seguir suas vidas.
Enquanto isso familiares oram pedindo a Deus a recuperação de
seus entes queridos que se encontram lutando pela vida no leito dos hospitais específicos
que foram construídos para tentar salvar essas, enquanto outras aguardam em
filas para tentar o atendimento médico e descobrir se estão com o vírus ou se
são doenças semelhantes.
Os óbitos de familiares, amigos, conhecidos estão ai para
quem quiser saber, mas os negacionistas continuam a tentar desacreditar que
isso é uma doença mortal. Onde até para impressa sobrou, como se fossemos
disseminadores do caos, enquanto os que usam a máscara da irresponsabilidade
saem as ruas (nunca deixaram de sair) sem as devidas proteções, disseminando o vírus
por onde vão.
No nosso estado, os negacionistas foram os primeiros a serem
atingidos, os primeiros a morrerem e ainda estão entre os que estão morrendo. Quase
um ano depois do primeiro pedido de orientação do isolamento e os cuidados de convívio,
muitos ainda desacreditam e tentam fortalecer a cresça de que não existe e que
a imprensa inventa.
Você tem todo o direito de discordar, de desacreditar, mas
não tem o direito de cometer assassinatos na forma de espalhar o vírus. É um
direito meu cobrar a sua responsabilidade para o momento. A impressão que me
passa é de que as pessoas que desacreditam na gravidade dessa doença é de que
se nós tivéssemos vivendo o momento da “purificação”, os mesmos que espalham
inverdades a respeito da doença, que ao ter uma arma apontada para a cabeça,
não iria querer morrer.
Mas por que eles não podem morrer e os demais podem? Para quem
não sabe o que é a purificação, tratasse de um filme que retrata uma noite
inteira onde apenas os ricos de uma cidade não podem ser tocados e os que não dispõem
do privilegio, tem que tentar sobreviver da loucura dos outros, pois está
liberada a possibilidade de matar outras pessoas sem responder por seus crimes.
Quase um ano depois de tantas mortes, mais até do que as
ocorridas em crimes de tráfico e outros, e as máscaras ainda não caíram, a
doença só serviu para revelar o verdadeiro caráter das pessoas. Pare de matar!
Victor Augusto N. de Farias é jornalista, sindicalista, empresário e rotariano.