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As máscaras que não caíram

O mundo era muito feliz, alegre e doce até o final de 2019.

No pais do Carnaval, onde tudo só começa depois dos festejos momescos, o ano de 2020 não começou, ele fez a humanidade se aquietar dentro de suas casas devido a um vírus que não tinha uma cura. Pessoas adoecendo, ficando com falta de ar, febre e tantos outros sintomas que acabaram levando a morte.

A orientação era que ficassem em casa e mantivessem o distanciamento social, levando famílias a se limitarem ao convívio único e exclusivo daqueles com quem já viviam diariamente. Mas tem aqueles que achavam ser frescura, que era necessário manter o comercio funcionando e que ficava em casa quem quisesse.

O resultado foi visto e ainda é acompanhado. Mais de dez meses e ainda tem aqueles que negam a existência do COVID-19 e continuam a achar uma frescura. Tem aqueles que pegaram e não sofreram sintomas mais fortes e acreditam que se eles resistiram sem grandes danos, os outros também poderão seguir suas vidas.

Enquanto isso familiares oram pedindo a Deus a recuperação de seus entes queridos que se encontram lutando pela vida no leito dos hospitais específicos que foram construídos para tentar salvar essas, enquanto outras aguardam em filas para tentar o atendimento médico e descobrir se estão com o vírus ou se são doenças semelhantes.

Os óbitos de familiares, amigos, conhecidos estão ai para quem quiser saber, mas os negacionistas continuam a tentar desacreditar que isso é uma doença mortal. Onde até para impressa sobrou, como se fossemos disseminadores do caos, enquanto os que usam a máscara da irresponsabilidade saem as ruas (nunca deixaram de sair) sem as devidas proteções, disseminando o vírus por onde vão.

No nosso estado, os negacionistas foram os primeiros a serem atingidos, os primeiros a morrerem e ainda estão entre os que estão morrendo. Quase um ano depois do primeiro pedido de orientação do isolamento e os cuidados de convívio, muitos ainda desacreditam e tentam fortalecer a cresça de que não existe e que a imprensa inventa.

Você tem todo o direito de discordar, de desacreditar, mas não tem o direito de cometer assassinatos na forma de espalhar o vírus. É um direito meu cobrar a sua responsabilidade para o momento. A impressão que me passa é de que as pessoas que desacreditam na gravidade dessa doença é de que se nós tivéssemos vivendo o momento da “purificação”, os mesmos que espalham inverdades a respeito da doença, que ao ter uma arma apontada para a cabeça, não iria querer morrer.

Mas por que eles não podem morrer e os demais podem? Para quem não sabe o que é a purificação, tratasse de um filme que retrata uma noite inteira onde apenas os ricos de uma cidade não podem ser tocados e os que não dispõem do privilegio, tem que tentar sobreviver da loucura dos outros, pois está liberada a possibilidade de matar outras pessoas sem responder por seus crimes.

Quase um ano depois de tantas mortes, mais até do que as ocorridas em crimes de tráfico e outros, e as máscaras ainda não caíram, a doença só serviu para revelar o verdadeiro caráter das pessoas. Pare de matar!

 

 


Victor Augusto N. de Farias
é jornalista, sindicalista, empresário e rotariano.

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