Criado em 2010, o
Festival Internacional Pachamama – Cinema de Fronteira, um dos principais
eventos de mostras de filmes na Amazônia e América Latina, chega na décima
edição com uma programação recheada com 55 obras
entre longas e curtas de ficção e documentário de realizadores de vários
países da América Latina.
Propondo o olhar a
partir do tema Território Livre e Sem Censura, o festival será realizado de 16
a 23 de novembro em Rio Branco, capital do Acre, nos espaços Cine Recreio,
Filmoteca Acreana, Sesc-Acre e Theatro Hélio Melo.
Documentário Abismo
Tropical abre o festival
O Pachamama abre sua
programação, após a solenidade oficial, com o filme Abismo Tropical dirigido
por Paulo Caldas, dias 16 de novembro, às 19horas, no Cine Recreio.
O
documentário ( 72 min . pb . Brasil 2019) é um filme que retrata a angústia de
um artista no dia das eleições presidenciais no Brasil, no ano de 2018. Um
testemunho em primeira pessoa, em tempo real, com questionamentos existenciais
e estéticos, o diretor / narrador faz reflexões sobre o tempo, dilatando o
presente, beirando a queda livre num futuro incerto.
Num momento crucial
para o cinema e a cultura no Brasil, o Pachamama pretende abrir o debate sobre as
liberdades culturais nos territórios da latinoamérica, derrubando fronteiras,
encurtando caminhos, conectando pessoas, culturas, ideias e ideais.
Com uma grade de filmes
montada pelo diretor de programação Sebastian Morales e curadoria de Marcelo Cordero (Bolívia),
codiretor e programador do festival, Marcelo Miranda (Brasil) e José Carrillo
(Peru), o Pachamama apresenta obras cinematográficas onde muitas delas marcam
sua estreia no Brasil.
Cerca
de 800 filmes atenderam a convocatória sendo avaliados pela curadoria por meio
de uma plataforma até alcançar uma seleção final de 55 filmes.
Uma das mostras mais
importantes desta edição marca a homenagem ao mestre boliviano Jorge Sanjines.
Ele é considerado entre os cineastas um dos mais importantes do mundo e muitos
de seus filmes estão entre os melhores da história do cinema latino e mundial.
“Mais do que nunca, a
curadoria do Festival buscou filmes que contribuem para a reflexão crítica de
uma sociedade mais justa e democrática, se contrapondo a qualquer forma de
autoritarismo, inclusive estético e de linguagens. Muitos filmes, como é característico do festival, chegam
ao Brasil como estreia, sempre priorizando o risco formal como discurso
político acima de tudo”, comenta Marcelo Cordero.
Cinema e democratização
Nos
nove anos, o festival tem sido uma ferramenta importante ao promover o acesso
ao cinema. Com suas 13 mostras e dados de público de mais de 90 mil
espectadores nos noves de evento, a cada edição o festival
fomenta a formação de plateia e vem contribuindo com a democratização do acesso
ao cinema.
“Abriu-se
uma importante janela na Amazônia, no Norte, cujo papel do Pachamama nesses dez
anos tem se pautado no estímulo a fruição do cinema, o intercâmbio do Norte com o resto do país e com os países da América
Latina.
A décima edição carrega uma forte simbologia e chega para mostrar o quanto o cinema rompe fronteiras, impulsiona o olhar plural e constrói pontes. São vários olhares e linguagens, narrativas do cinema brasileiro, latino, indígena e comunitário, com um viés de provocar a formação não formatada a modelos, mas desconstruída e pulsante, do centro para a periferia com a Mostra Cinema nos Bairros. Fica o convite ao público acreano para o mergulho nessa imersão tão importante e necessária às liberdades culturais”, ressalta Sérgio de Carvalho, diretor do festival
Mostras - O Pachamama tem sido referência na América Latina e este ano reúne as mostras: Competitiva Longa-metragem Pachamama, Competitiva Curta-metragem Pachamama, Competitiva Comunitária Stefan Kaspar, Mostra Identidades, Trifrontera, Sessão Especial, Mostra Amazônia, Cinema nos Bairros, Mostra Caboquinho e Mostra Jorge Sanjinés.
Além das mostras será
realizada a oficina de Direção e Arte com Diego
Hayashi , em parceria
com o Sesc-Acre e os encontros Território Livre e Sem Censura; Empreendedorismo
e Mercado Cultural e Trans de Corpo e Alma na Própria Identidade.
O Festival
Internacional Pachamama – Cinema de Fronteira tem como objetivo incentivar,
estimular, promover e viabilizar o cinema latino-americano, ademais contribuir
a integração cultural amazônica/andina entre os países fronteiriços com o Acre:
Peru e Bolívia, com a criação de uma rede de produtores e consumidores de
produtos e serviços multiculturais.
Karla Martins, diretora
de produção do festival, comenta a importância da décima edição. Para ela o
Pachamama iniciou na perspectiva de intercâmbio cultural com a abertura da
estrada interoceânica e isso se ampliou na medida que se transformou num
festival de cinema latino.
“O festival deixa claro
uma opção estética de divulgar as produções latino-americano, o que é nossa
identidade, num contraponto com o cinema americano e seu predomínio. O
Pachamama promove o cinema de raiz, de grupos e coletivos, indígenas, que falam
sobre ser latino, que é algo importante nessa contemporaneidade. Ele levanta a
dinâmica para o profundo do Brasil e América Latina. Entender o que audiovisual
tem feito e produzido e como repercute na nossa sociedade, sem dúvidas é a
maior conquista nos últimos dez anos. Além de receber convidados, reconhecer e
exibir a produção local, fomentando esses conteúdos e estimulando o mercado”.
Com realização da Saci
Filmes e Yanemari Filmes, o Pachamama tem o apoio cultural da Prefeitura de Rio
Branco, governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Educação e
Fundação de Cultura Elias Mansour, Cine Luso, Sesc-Acre, Mistika, Unimed Rio
Branco, vereador Rodrigo Forneck e Casa do Rio. O patrocínio cultural é do
Banco da Amazônia e governo Federal, por intermédio do Fundo Setorial do
Audiovisual, Agência Nacional de Cinema (ANCINE) e Banco Regional de
Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).
Homenagem ao cineasta
boliviano Jorge Sanjínes
O
Pachamama em sua décima edição apresenta a mostra Jorge Sanjinés. Com mais de
50 anos de carreira, o cineasta boliviano é premiado nos festivais de Berlim,
Veneza e Locarmo entre outros. Serão exibidos cinco filmes do diretor.
Jorge Sanjinés (La Paz, 1936) é cineasta, professor e escritor de longa trajetória, tendo sido o primeiro cineasta boliviano a incorporar as línguas Quéchua e Aymara nos filmes do país.
Inaugurou uma estética cinematográfica marcada pela sensibilidade social e por um imaginário contra-hegemônico, desenvolvendo uma nova forma de fazer cinema, junto às comunidades indígenas. Realizou mais de uma dezena de longas-metragens, foi diretor do Instituto de Cinematografia Boliviana e também um dos fundadores do movimento cinematográfico Nuevo Cine Latinoamericano, no Festival de Viña del Mar de 1967, no Chile.
Filmes de Sanjines
·
Ukamau
(Dir. Jorge Sanjinés, Bolivia, 1966, 72 min)
·
Yawar
Mallku (Dir. Jorge Sanjinés, Bolivia, 1969, 70 min.)
·
El
coraje del Pueblo (Dir. Jorje Sanjinés, Bolivia, 1971, 90 min.)
·
El
enemigo principal (Dir. Jorge Sanjinés, Bolivia, 1974, 98 min.)
·
La
Nación Clandestina (Dir. Jorge Sanjinés, Bolivia, 1989, 119 min.)
Oficina Direção de Arte
Como atividade de
formação do X Festival Internacional Pachamama – Cinema de Fronteira em
parceria com o Sesc-Acre, ocorre a oficina de Direção de Arte com Diogo
Hayashi, diretor de arte, quadrinhista e roteirista.
Foram selecionados 25
participantes. A oficina é um mergulho no processo criativo de Diogo Hayashi,
diretor de arte em longas, curtas, séries e videoclipes. Ocorre 18 a 22 de
novembro no Sesc-Centro, das 8 às 12 horas, no Sesc-Centro.
Será abordado todo o
processo de concepção visual de um filme desde a leitura do roteiro,
metodologia e pesquisa, formação de equipe, elementos do design e elaboração de
um caderno de arte.
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Pachamama - Cinema de Fronteira
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