Por Jorge Natal
O presidente da Associação Comercial do Acre (Acisa), Celestino Bento de Oliveira, de 55 anos, pode ser o vice na chapa encabeçada por Ulysses Araújo (DEM). O convite, que foi feito por líderes partidários da coligação DEM/PSL/Livre, causou inquietação na classe. “Estou honrado, mas quem vai decidir sobre isso será a nossa categoria”, enfatizou o líder empresarial.
O último membro da entidade que esteve em uma disputa majoritária, em 1990, foi George Pinheiro, época em que foi candidato a vice-governador na chapa liderada pelo ex-deputado Rubens Branquinho. Hoje, Pinheiro preside a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil, entidade que aglutina cerca de 2 milhões associados.
De acordo com também empresário e pré-candidato ao Senado, Fernando Lage, os comerciantes se ressentem de representação política. “Amargamos uma das mais pesadas cargas tributária do Brasil. A máquina pública precisa ser reduzida para ser eficiente”, destacou ele, para quem Celestino é um grande empreendedor. “A nossa categoria vai apoiar o nome dele”, garante Lage.
De borracheiro a empresário bem sucedido
De borracheiro a empresário bem sucedido, Celestino comanda um grupo importante no ramo de pneus em Rio Branco. Natural de Guiratinga (MT) e de origem muito humilde, deixou a escola quando ainda cursava a 6ª série do Ensino Fundamental, com 14 anos, para trabalhar como borracheiro.
Deparou-se com diversos percalços. Porém, as situações desafiadoras não o intimidaram, servindo para incentivá-lo a não desistir do sonho de crescer. Foi com esse pensamento que, dia após dia, trabalhou duro na construção de um legado de sucesso.
Em 1978, ainda muito jovem, ele foi convidado a trabalhar como borracheiro numa pequena empresa em Campo Grande (MS). Em um curto período de tempo, por apresentar postura exemplar e muita responsabilidade na função, foi promovido para o cargo de reformador de pneus.
Pouco tempo depois, deixou o trabalho para servir o Exército. No encerramento do período militar, foi convidado pelo comandante da corporação a seguir carreira militar. Naquela época, pela falta de estudo e pouca noção de futuro, rejeitou o convite e ficou desempregado. Depois disso, começou a realizar pequenos trabalhos temporários como pintor e operário no setor da construção civil.
Em 1982 foi convidado a retornar para a empresa onde trabalhava. Quatro anos depois, Celestino recebeu outro convite, desta vez para gerenciar a produção de uma reformadora de pneus na cidade de Porto Velho (RO). Na mesma ocasião, a empresa que ele integrava fez uma contraproposta, dobrando seus ganhos, para que ele permanecesse em Campo Grande. Mesmo assim, ele decidiu se aventurar, seguindo para a Região Norte.
Entre 1986 e 1991, trabalhou na empresa Oliveira Pneus. Neste período, a sociedade existente entre os empresários foi rompida e um deles abriu outra loja, também reformadora de pneus. Um dos empresários fez o convite para que ele entrasse como sócio. Celestino ficou com 8,33% dos negócios.
Em 1996 surge a oportunidade de vir para Rio Branco. A empresa planejava abrir filial. Celestino prontamente aceitou o desafio. A partir daquele ano, nascia a Rio Branco Pneus, mais uma empresa do grupo de cinco sócios, que gerava 15 empregos diretos na Capital.