O
jornalista é o único animal do planeta que quanto mais avança a tecnologia mais
o desgraçado trabalha. Isso é o que mais perturba e intriga. Agora mesmo,
domingo, 14h40, e eu em cima dessa máquina.
Todos
evoluíram com os tempos modernos e novos sistemas. Até o burro do campo, se
livrou do arado pré-histórico.
Nós,
muito pelo contrário, aumentamos a nossa carga: fazemos o jornal, atualizamos o
blog, perguntamos e ao mesmo tempo filmamos o entrevistado... Cobramos
escanteio, corremos para cabecear e no percurso entre a bandeirinha do córner
até a pequena área ainda mandamos uma informação no Twitter aos seguidores das
obsessivas páginas virtuais.
Lembro
bem o dia que o professor Ayres Rocha relatou sobre o apareceu do primeiro
computador nas redações. Além do susto de alguns tiozinhos, o entusiasmo dos
mais jovens: agora vamos diminuir as jornadas. Qual o quê. Com a internet, pior
ainda, viramos processadores multiuso, centrífugas, chupa-cabras de textos e
notícias.
O pior: o
furo, essa mercadoria de luxo dos jornais, agora gira na velocidade do minuto a
minuto. Parem as máquinas, quero meu furo -com 24 horas de vida, pelo menos- de
volta.
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