Vez por
outra me dirijo até a Organização Central dos Atendimentos (OCA) para resolver algumas demandas deixadas
para mim, principalmente agora que assumi o posto de homem da casa, uma vez que
Deus achou melhor chamar meu pai para juntinho dele. Enquanto eu aguardava
minha vez, fui surpreendido por uma amiga que tenho muita estima. Amiga essa
que sempre me recepciona com um abraço caloroso e um beijo amoroso. E se
colocando a minha disposição se precisasse, já que trabalha lá.
Desde
a perda de meu ídolo maior (pai), passei a andar com um terço que ele sempre
dizia que ia me presentear e não foi diferente. No mesmo espaço encontrei um
amigo que me cumprimentou e olhou pro meu braço perguntando por que adotei o
terço direto comigo. Simples como dois e dois são quatro, era do meu velho.
Ele deu
um sorriso meio sem graça, mas entendeu. Eu me peguei olhando pro terço ao
olhar meu reflexo no espelho a minha frente. E mais que de repente me toquei
que eu era e sou muito parecido. Nada de parecido, na verdade tenho muito dele
em mim. Sejam as crenças, as angustias, o sorriso, zeloso com minha família e amigos.
Acredito que a última a mais forte, pois a amizade que fiz ao longo do caminho
jamais esqueci.
Me recordei
também das coisas que me dizia e da força que me passava pelo simples fato de
ele dizer “deixe comigo”. Aquele olhar meticuloso, um pai que aposta no amor e
deixa o resto nas mãos de Deus. E como ele me olhava orgulhoso das coisas mais
simples que eu realizava. Ele sabia que eu sentia o maior orgulho do mundo de
ter a sua genética, por ser seu filho. Jamais tive medo de apostar no amor
dele, porque também deixei a sorte nas mãos de Deus.
Peço
desculpas a você que lê esse texto que relata um certo ar de melancolia e
gratidão, mas a verdade é que os sentimentos se misturam e geram uma grande
saudade. E nada mais dolorido do que encontrar alguém na rua e sem saber me diz
para da um abraço no meu pai. Como eu queria...
“... Eu sinto falta da Sua voz / Me chamando pra
entrar / Eu sinto tanta saudade / De caminhar Contigo / Saudades
do meu Amigo/ Saudades do meu Pai ... “
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