Estudo da CNI recomenda que a FNS, que serve como espinha dorsal do malha ferroviária brasileira, deve estar integrada para permitir escoamento de cargas para cinco portos setentrionais do país
Quando concluída, a Ferrovia Norte-Sul consolidará a espinha dorsal do transporte ferroviário brasileiro. Mas é preciso antes tocar as obras de novas ferrovias e integrar a malha ferroviária para permitir o escoamento da carga oriunda do interior do país. Só o mercado exportador de grãos da região Centro-Oeste, por exemplo, passará a ter acesso a cinco portos da regiões Norte e Nordeste para embarcar cargas hoje movimentadas sobre rodovias.
A conclusão é do estudo A Ferrovia Norte-Sul e a integração nacional, elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O trabalho conclui que, uma vez finalizada, a via induzirá um grande crescimento no transporte de cargas do interior do país para exportação e na movimentação de cargas entre regiões do país. Os principais produtos a serem movimentados são soja, farelo e óleo de soja, milho, cana-de-açúcar, etanol, açúcar, papel, celulose e minerais.
Para isso, o estudo considera necessário concluir a Ferrovia Transnordestina, que dará acesso aos portos de Pecém (CE) e de Suape (PE); a Ferrovia de Integração Oeste-Leste, que liga o interior da Bahia ao porto de Ilhéus (BA); construir a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), entre Mato Grosso e Goiás, melhorando o transporte na principal região produtora de grãos do país.
O prolongamento da Ferrovia Norte-Sul entre Açailândia (MA) e Barcarena (PA), no entanto, é um dos passos mais relevantes para consolidá-la como grande eixo da logística nacional. Com este trecho, estabelece-se uma rota do centro do país até o porto de Vila do Conde (PA), importante saída para exportação marítima para a Europa e para a Ásia, pelo Canal do Panamá. Com este trecho, pode-se quintuplicar o volume de carga transportado na Norte-Sul, em 2013, que foi de 3 milhões de toneladas úteis (veja quadro).
Previsão de demanda para o trecho Açailândia-Barcarena
Demanda (mil TUs) | |||||||
Produto
|
2017
|
2018
|
2019
|
2020
|
2021
|
2022
|
2023
|
Açúcar
|
20
|
41
|
63
|
85
|
108
|
110
|
112
|
Álcool
|
20
|
42
|
66
|
92
|
121
|
126
|
131
|
Carvão Mineral
|
20
|
42
|
65
|
89
|
115
|
119
|
122
|
Cimento
|
22
|
47
|
74
|
105
|
138
|
146
|
154
|
Complexo Soja
|
31
|
66
|
104
|
147
|
193
|
204
|
215
|
Conteiner
|
29
|
61
|
94
|
131
|
170
|
176
|
183
|
Milho
|
17
|
35
|
54
|
74
|
96
|
99
|
102
|
Minério de Ferro
|
-
|
-
|
-
|
-
|
-
|
-
|
6000
|
Outro minerais e metais
|
908
|
1885
|
2934
|
4059
|
5265
|
5463
|
5668
|
Outros produtos do
agronegócio |
40
|
84
|
130
|
180
|
233
|
241
|
250
|
Papel e celulose
|
26
|
54
|
86
|
122
|
162
|
171
|
181
|
Petróleo, derivados e
químicos |
140
|
289
|
450
|
621
|
804
|
833
|
863
|
Siderurgia
|
51
|
107
|
167
|
232
|
301
|
313
|
326
|
Veículos
|
0
|
1
|
1
|
2
|
3
|
3
|
3
|
Total
|
1.324
|
2.754
|
4.288
|
5.939
|
7.709
|
8.004
|
14.310
|
Fonte: elaboração CNI com base em dados da ANTT
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