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O outro resolve

Não é segredo para ninguém que acreano é um bicho invocado, que é o ser mais politizado, que já fala de politica no coar do café até o beijo de boa noite. Que ele critica firmemente aquilo que acha que tá errado ou ouviu falar que está. Com a enorme facilidade de acesso as redes sociais, acabamos formando críticos e guerreiros sem causa, pois muitas vezes acaba brigando por aquilo que nem sabe se é verdade.

Hoje se temos um politico ligado à esquerda, à direita ou até na transversal e seu pronunciamento é contraditório do que outra pessoa pensa, o nome mais doce é ladrão. Se a imprensa realiza seu trabalho ou tem uma linha editorial mais liberal para fazer comentários a respeito de algo que está errado ou não cabe no consenso comum da maioria, imediatamente ele não presta ou é vendido.

Fazer sindicalismo no Acre é coisa difícil, pois uma maioria acaba deixando de lado os ideais comuns da categoria e acaba entrando no meio politico. A politica deveria ser feita para construir recursos para que profissionais pudessem ter melhores condições de vida, mas acabam preferindo barganhar coisas ou cargos.
No instante que decidi enfrentar essa realidade e mostrar que existe gente interessada em buscar melhores condições para uma categoria, nem precisei virar politico para ser taxado de ladrão (como roubar um sindicato sucateado?), que eu já havia sido nomeado em três cargos públicos e que só estava me beneficiando. Justamente aqueles que sempre trabalharam comigo, aqueles que tirei plantões para que ganhassem um trocado extra, pudesse acompanhar o aniversário ou mesmo o casamento do filho (a).

Recentemente ocorreu um episodio onde a entidade se posicionou a respeito de uma agressão contra um colega do meio profissional. Pessoas ligadas à profissão batiam a mão no peito dizendo está ligado à entidade e que enfrentariam com todas as forças o sindicato ao qual pertence. Outro que escreveu material detonando o suposto acusador, no dia seguinte sai em defesa do atacante.

Alguns desses profissionais já têm anos de carreira e vida sindical. Em quase um ano decidi que iria viver a vida sindical e vejo que meus colegas de anos atrás não conhecem nem mesmo a sua entidade. Em um episodio passado envolvendo profissionais da categoria e governo, sai em defesa dos meus hoje acusadores e ainda assim não presto.

Hoje o sindicato se encontra quase tombado, não foi por conta de diretoria não, mas de seus associados, que preferem viver o comodismo de ficar em casa aguardando melhorias, ao invés de contribuir com ideias e ações que avancem ainda mais. Mas se a coisa dá errada, tudo bem, a culpa é do outro que foi eleito e não fez. Mas o que será que você fez para melhorar?

O profissional que decide viver de informação, não deve somente ser bem informado da vida alheia, mas ser bem informado e formado da sua. Divididos somos só mais uns, juntos somos mais forte.


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