Meu pai ou meus pais (Manoel e Maria) são desse tipo de pais que se esforçaram muito para oferecer um certo agrado aos filhos nas suas simplicidades. O ano era 2003, final de gincana do Colégio Meta e decidiram realizar a primeira ciclometa, como parte das festividades de aniversário da escola. Eu não tinha uma, nunca nem pedi, era o líder de turma, turma 2EM.
Meu pai ouviu minha conversa com alguns colegas de turma e eu avisei que não iria porque não tinha bicicleta.
No dia seguinte, meu pai foi me buscar no colégio, me levou na Gazin e disse para escolher uma como se fosse para mim, pois ele ia da de presente para uma pessoa especial.
Perguntei várias características da pessoa e ele só dizia que escolhesse como se fosse para mim. Mostrei um simples, que tinha marcha e aguentaria por um bom tempo.
Cheguei em casa no dia seguinte após a escola, abri a porta do quarto e lá estava a vizinha da que escolhi, a que havia escolhido, compraram no dia anterior.
Fiz igual esses meninos, chorava e abraçava meu pai e minha mãe. Naquela época R$1.200 era como se fosse 5 mil.
Ganhei uma bicicleta nova e ainda ganhamos a gincana. A bicicleta uso pouco, mas tenho ela até hoje. Estamos juntos só há 27 anos. Já ofereceram 2 e 3 mil, mas para mim ela não tem valor que pague o emocional que me proporciona até hoje. Obrigado Maria Farias e ao paizão Manoel Coelho que tá lá no céu.