A pequena Manuela Armstrong Martins, de 2 anos, começou a aprender a Língua Brasileira de Sinais (Libras) ainda bebê com sua mãe, Thatyane Martins, que é deficiente auditiva. Manuela tem a fala desenvolvida e ouve perfeitamente, e está aprendendo Libras para poder se comunicar efetivamente com seus pais. Eles afirmam já não haver mais barreiras na comunicação na família, que mora na capital sul-mato-grossense, Campo Grande.
Ralf Amorim Armstrong, 34, pai da garota, conta que ficou emocionado ao ver a filha se comunicar em libras pela primeira vez, quando ela nem tinha comemorado seu primeiro ano de vida:
“A primeira vez eu estava lavando louça quando a Manu chegou em mim e me chamou de ‘papai’ em libras. Depois disso, ela só foi se aperfeiçoando”, disse.
O pai de Manuela diz que ficou muito feliz, sobretudo porque viu o esforço da sua filha em aprender a linguagem, ainda tão pequena. Thatyane começou a ensinar Manu quando ela ainda estava de colo, assim como aconteceu com Thaminy, de 13 anos, que também nasceu com a audição perfeita.
Em um depoimento traduzido por sua filha adolescente, Thatyane conta que precisou se adaptar para entender a demanda das filhas, como fome e sede, já que não podia escutá-las chorando.
“Como não ouvia a Manu chorar quando era bem pequena eu tive que colocá-la para dormir comigo e assim passei a entender os horários que ela acordava, mamava e até mesmo para dar banho nela. Chegou um ponto em que ela já não chorava para chamar minha atenção, ela me puxava”, relembra.
Thaminy é a responsável pela tradução da linguagem de sinais dos pais em casa. Ela conta que Manuela aos poucos está aprendendo a se comunicar em Libras, a começar pela identificação dos animais e objetos, e que, do jeito dela, fala com os pais.
Para a mãe, saber que os filhos podem ouvir e falar perfeitamente não representa, de forma alguma, uma dificuldade para os pais surdos, mas justamente o contrário: “É um presente de Deus para deixar a vida de todos mais bonita”
Razões para acreditar
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