Com dificuldade em entender o português, índios de Santa Rosa do Purus perdem parte da identidade cultural quando vão para a cidade estudar;
Com uma população estimada em 6.430 habitantes, segundo o Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), o município de Santa Rosa do Purus, no Acre, tem em sua maioria habitantes indígenas. No total, de acordo com o chefe da Fundação Nacional do Índio (Funai) na cidade, Augusto Reis, há ao menos 4 mil índios distribuídos nas zonas urbana e rural, sendo de três etnias diferentes, Kulina (madja), Kaxinawá (Hunikui) e Jaminawá.
No município, há três etnias que predominam, Kaxinawá, Kulina e Jaminawá. Índios buscam a zona urbana para ter um ensino de qualidade na cidade.

Com dificuldade em falar o português, o professor Nilson Kulina, que trabalha como tradutor de indígenas da mesma etnia na Escola Antônia Fernandes de Moura, confirmou a dificuldade dos alunos em entender a língua portuguesa. “Eles entendem pouco o português, mas a maior dificuldade é na hora da leitura, o que prejudica”, falou.
O diretor da Escola Antônia Fernandes de Moura, Antônio Carlos Osório do Nascimento, disse que entende a dificuldade dos índios, mas que o ideal seria que eles aprendessem desde pequenos a língua portuguesa.
“Temos uma clientela grande de indígenas aqui, nós já temos um professor, que é o tradutor dos kulinas, mas sabemos que quando uma pessoa sai do seu habitat natural ela tem que se adequar ao local onde vai viver”, finalizou.
O professor da Escola Antônia Fernandes de Moura, Wuellyton Bruno Campos de Carvalho, disse que se sente impotente por que já usou de várias táticas para repassar o conhecimento para os alunos. “Eu já fiz praticamente tudo, mas não obtivi um resultado satisfatório diante da situação dos alunos Kulinas, que por causa da dificuldade no português, se inibem e rejeitam em participar das atividades propostas na sala, o que torna ainda mais latente o problema”, Falou.
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