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Cartas de amor

O tempo passa, o tempo voa e mesmo a poupança Bamerindus não existindo mais, algumas lembranças me são tão vivas. Também puderá, tudo que me cerca ainda é muito presente, intenso e cheio de energia.

Dia desses estava sem fazer nada, o que é uma raridade, fui fuçar minhas redes sociais e me deparei com um rosto de uma moça familiar. Seu perfil era fechado e enviei convite. Ela aceitou e passamos a ser amigos. Fui olhar seus dados e fotos. Em determinado momento me veio um filme na cabeça e me vi novamente na oitava série.

A moça que encontrei, nada mais é do que a moça do tempo de colégio, justo ela que me cativou pela energia, alegria e as loucuras, logo ela por quem me apaixonei naquela época, mesmo sabendo que não havia expectativa de nada.

Podem me julgar, eu deixo, sou piegas demais. Quer dizer, já fui muito, depois de umas cacetadas e uns fora que a tabuada não ensina, mas a vida te marca. Enfim, eu me recordei de cada detalhe. Confeccionei uma pintura na folha de papel, onde por cima escrevi versos e declamações românticas para dizer a ela, que em minha pessoa surgiu aquele sentimento. 

Fiz meu envelope, com muita dor no coração, fechei com um adesivo de caderno (aquilo era mais raro que a mãe da gente). E quase que numa cena de filme bobo de adolescentes, esperei o intervalo do recreio, fingi que queriam saber qual era a carteira dela. Eu já havia descoberto onde sentava e o tempo que demorava para voltar, eu já era da reportagem investigativa sem nem saber o que era jornalismo na minha vida.

Deixei o envelope com a carta que fiz para aquela moça. Hoje essa é uma das história loucas que trago na bagagem. Mas que foi tão importante para minha pessoa. Hoje só sinto uma admiração pela mulher linda que ela se tornou. Acho que tem até filho. 

Essa história me será lembrada todas as vezes que eu ouvir a música Mensagem- Maria Bethânia, que trás "...Todas as cartas de amor são ridículas. Não seriam cartas de amor, se não fossem ridículas, também escrevi, no meu tempo, cartas de amor como as outras, ridículas. As cartas de amor, se há amor, têm de ser ridículas. Quem me dera o tempo em que eu escrevia, sem dar por isso, cartas de amor ridículas. Afinal, só as criaturas que nunca escreveram cartas de amor é que são ridículas..."

Victor Augusto N. de Farias é jornalistas, radialista, rotariano, sindicalista e blogueiro.
Twitter: @bombonzao
IG: @victoraugustodefarias
Email: victor.ojornalista@gmail.com 

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