Se existe um sentimento difícil de definir é a nostalgia. Como explicar o misto de alegria e tristeza que toma conta de você ao se recordar da sua infância, dos tempos de escola, daquele(a) melhor amigo(a), dos bilhetinhos de paquera, dos programas da tevê, dos bailinhos só para menores, da quadrilha da festa junina?
Por uma dessas coincidências da vida, ontem me deparei com situações que seqüestraram minha mente e a colocaram no túnel do tempo, me deixando a um toque dos melhores momentos da minha infância. A primeira delas foi a casa do Tiago, durante reunião de negócios. De quando eu e minha comparsa AC conversávamos sobre os planos para 2012. Levantei-me do chão num pulo e fui correndo em direção ao sofá, para dar uma olhada na capa do DVD.
Por uma hora ou duas (talvez três), comecei a lembrar daquele tempo bom que não volta nunca mais. Tudo era tão grande, intenso, sincero, colorido... As professoras multidisciplinares, que eram simplesmente ‘tias’ e davam aula de tudo: Português, Matemática, Ciências, Estudos Sociais. ESTUDOS SOCIAIS!
As lancheiras cheias de toddynhos. A tia da cantina, que sempre sabia o que cada um queria e dava bala juquinha de troco. Ah pilantra! As aulas de Educação Física, onde todo mundo virava atleta e ninguém queria ficar no gol ou ser escolhido por último para o time. A chamada, onde sempre tinha um mongol que mandava “presunto” ou “presidente”. E dá-lhe DÃÃÃÃRRRR!!!
Os amigos... Amigos MESMO, que a gente chamava pelo nome e sobrenome. Nada de Cá, Má, Rê, Dú, Fê, Jú... Não senhor! Era Gabriele Migueis, Janayna Alencar, Hugo Galo, Ully Melo, Carolina Pinho, Carlos Junior e o Tiago Martinello é claro. Acho que a gente herdou isso do Carrossel. O legal é que a gente se via de manhã, ia pra casa do outro de tarde e ligava à noite pra contar as boas do dia. Nada cansava, nada desanimava, nada enjoava.
Uma das coisas legais da escola eram as viagens. A direção escolhia um local e lá íamos nós - alunos e professores - para 4 horas inesquecíveis. Era A CHANCE para transgredir: usar óculos escuros, boné pra trás, tomar guaraná no café da manhã, passar pasta de dente na cara dos dorminhocos, dormir tarde, roubar o travesseiro do hotel, o apito do professor, o selinho mal intencionado daquela menina que até fazia cara feia, mas no fundo gostava mesmo era dos atrevidos.
Nada de celulares, mini-games, Iphones, Ipods. O negócio era fazer tudo junto, do adoleta ao polícia e ladrão, do telefone sem fio à salada mista. Pra quê ficar isolado, se os melhores amigos do mundo estavam ali ao seu lado?
Como sinto falta de tudo aquilo. Falta do Jiraya, do Lucas Silva e Silva, do Kevin Arnold, dos Cavaleiros do Zodíaco. Falta da inocência perdida, da alegria de acordar às 6h da manhã, do pátio lotado, dos cadernos e uniformes pintados de caneta no final do ano com mensagens de “te adoro”, “nunca vou te esquecer”, “você é demais”, “vou sentir sua falta”...
Nostalgia... Alegre, triste, amargo ou feliz, taí um sentimento que vale a pena. Esse texto li em algum lugar e guardei na memória.
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