Ad Code

Responsive Advertisement

O místico fora

No varejão das pequenas crendices, mandingas e outros apetrechos místicos, homem e mulher revelam uma diferença lindamente patética: a donzela se coloca mística quando inicia o processo de abandono do seu marido ou namorado; o macho alfa se torna o mais crente e supersticioso das criaturas de Deus apenas depois de levar um belo chute no traseiro.

Quando a sua moçoila, amigo, começa a falar em terapia do renasci-mento, nos recados do twitter, face e etc, te liga, campeão: é certamente um pé na bunda.

Ai só nos resta chupar essa manga da solidão, como me ensinou o tio N.L. Só nos resta mascar o quiabo do desprezo. Só nos cabe sentar à margem do Rio Acre e chorar, segundo a recomendação suspeita do mago Juvenal Antunes, um místico acrealizado.
Sim, amigo, a mulher é esotérica desde a véspera da tragédia. Nós batemos na porta da cigana mais vagabunda apenas depois que Inês é morta. Aqui me pego, agora mesmo, reparem no ridículo, lendo o destino e a sorte no horóscopo de amanhã e da semana toda.

Mais perdido do que um escoteiro e lesado na praia do Amapá, um homem é capaz de tudo. No mato sem cachorro ou GPS, o macho moderno, este cara carente de banco de praça, faz sinal de SOS até para náufragos piores do que ele. Ô vidinha-Titanic e miserável.
Tento enxergar meu destino, a minha sorte e as escaramuças da pessoa amada, aquela maldita que nos parafusa na testa uma fantasia de viking.

Sério, amigo, como somos esoté-ricos depois que a casa cai.
Perai, epa, calma de novo que vejo algo bem definido no site que acaba de atualizar. Parece uma fruta. Pera, uva, maçã? Limpo as lentes de quase três graus de miopia e finalmente decifro: uma cebola!


Retrato do meu choro e do abandono? Na dúvida, recorro ao “Guia das Estrelas”, o bom e velho google, assim como o olho de mingúe (vilão do Flash Gordon) tudo sabe e tudo vê, além de te corrigir.


Opa, reparem só no significado da tal cebola: “indica que a pessoa amada esconde algo do seu cônjugue e o assunto escondido é importante e pode machucá-lo”.


Neste caso nem escondia mais, já havia ido embora, estava da caixa-prego para a frente! Como homem, apenas li atrasado. Uma fêmea mística teria sabido tudo de véspera.



* Victor Augusto (Bombomzão) é jornalista

Email: Victor.ojornalista@gmail.comEste endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. Twitter: @bombomzao

Postar um comentário

0 Comentários

Ad Code

Responsive Advertisement