Desde os meus sete anos de idade
trabalho com meus pais, pois desde cedo aprendi a dar valor as coisas e como
são fascinantes conquista-las com o suar de nosso esforço.
No inicio de minha vida escolar,
sofri um pouco de preconceito porque trabalhava com meus pais vendendo
salgados, sucos, refrigerantes, enfim, pelo simples fato de mexer com
lanchonete, enquanto os seus pais (amigos) eram médicos, advogados, promotores
e empresários. Isso nunca me diminuiu, pois tinha dois grandes exemplos de
pessoas honradas, honestas e cheias de vontade de trabalhas (meus pais).
Lembro perfeitamente que
trabalhavas loucamente para poder sempre ter o pão de cada dia, pagar as contas
do mês e nunca deixar a mensalidade do colégio atrasar, sem falar que tínhamos
que pagar os funcionários em dia. Meus pais eram donos das cantinas do Cerb e
do Colégio Acreano.
Meu pai trabalhou com meus avós e
eu com eles. A parte mais difícil era nas férias escolares, onde meus colegas
viajavam, compravam coisas ou iam para as colônias de férias. Eu nunca invejei,
pois a parte difícil é que durante quase dois meses a renda diminuía. Era nesse
período que eles eram criativos para criar a mim e minha irmã.
O filme A Vida é Bela já era
vivenciada pelos dois, recordo das vezes que o pouco que se tinha em casa, eles
transformavam num banquete e diziam não está com fome. Tudo para que pudéssemos
comer mais enquanto eles ficavam sem comer. Quanta historia me recordo desses
dois.
A partir do momento em que meu
pai adoeceu e precisou ser hospitalizado, enfrentamos médicos diplomados, porem
sem qualquer qualificação, pessoas que arrotam humanização, mas não respeito o
próximo. Ela me relatou que no transporte do OS para o HC, pediu gentilmente
que o motorista tivesse um pouco de cuidadoso translado, pois o marido (meu
pai) estava sentindo muitas dores devido a hepatite C e hérnia.
Para surpresa dela, ele respondeu
de forma ríspida “minha senhora, se não quer que a ambulância balance, diga
para o prefeito mandar arrumar os buracos das ruas”. Tinha necessidade disso?
Hoje meu pai passou o dia em jejum para realizar um exame. Meu pai está muito
debilitado e fraco, a ponto de nem nos reconhecer mais.
Um rapaz foi busca-lo na cadeira
de rodas, apenas disse para ela colocar meu pai na cadeira e ficou olhando. Quando
abarca “se ele conseguir sentar hoje a gente faz exame, se não fazemos amanhã”.
Ela prontamente respondeu que não deixaria ficar com fome mais um dia, só pelo
fato de ele está fazendo corpo mole e não ajuda-la a colocar na cadeira.
Na sala do exame, outro rapaz
começa a maltratar meu pai e a reclamar dele, que ele não atendia ao que ele
mandará fazer. Mais uma vez ela sai em defesa do meu pai e pede consideração,
pois estava doente e o mínimo que poderia era receber respeito. Quando mais que
de repente, um medico sai em defesa dos dois assistentes.
Acredito que por acharem que era
uma mulher e três contra uma, ela iria se diminuir. Ledo engano, era respondeu
de forma furiosa e disse” Se é essa o respeito que vocês tem por um paciente,
com o salário pago, com um diploma, espero que vocês possam pelo menos chegar
na idade de meu marido e que todos tenham com vocês, o mesmo respeito que estão
nos dando”.
O silêncio tomou conta da sala
por um breve tempo e o tratamento logo mudou, já viraram amigos de infância do
meu pai. Isso tudo foi relatado por uma amiga enfermeira que não teve nem
reação de falar, quando minha mãe estava sendo firme.
Por de trás de todo homem, sempre
existe uma gigantesca mulher. Orgulhoso demais de ser filho desses dois. As
vezes algumas pessoas acham que por ter um conhecimento, podem pisar em outras
que podem desconhecer as coisas, mas as vezes esse ilusório conhecimento
gigantesco na cabeça deles, na verdade não passa de uma miniatura. Precisamos
de pessoas com coração na saúde e não com pedras no lugar de um órgão vital.
Em todo lugar existem bons
profissionais e também os maus. Os maus são uma minoria que se julgam
dominantes.
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