É muito bacana ter alguém pra dividir os lençóis, as contas e as idas
ao supermercado, mas, como tudo no mundo, isso tem um preço...
geralmente o alto preço de relacionar-se e saber andar na corda bamba
com diversas expectativas conflitantes...
Quando estas conflitantes expectativas se chocam, vem o caos, que
geralmente é representado por brigas, lágrimas, acusações, culpa, dor e
muitos por quês. Alguns mais exagerados preferem acabar descendo de vez a
ladeira, com palavras dercydinas.
O por quê mais previsível dessas circunstâncias é o da ausência da
verdade, que pode ser mentira ou não, mas que sempre vai ser ausência,
ausência de tantos adjetivos e subjetivos que nos perdemos, inclusive,
nos questionamentos...
Eu, como ser humano normal, passo por esses capítulos que inspiram as
inúmeras lágrimas a lá Helena do bom e velho Maneco... mas, tenho o
desgaste de não ser personagem... quando as luzes se apagam, na minha
história, as coisas ainda continuam acontecendo... pode suar meio tosco
para quem lê, mas a verdade é dita como no batman begins, “o mundo não
espera você ficar pronto e se recuperar das dores e feridas”.
Prezo demais a verdade, me desequilíbrio com a ausência dela, sempre
acho que a mentira me tira a chance de escolha, porque afinal, se eu não
conheço a real situação, não há mesmo chance de optar por alguma
coisa... Sempre procuro me servir e ter como referência as filosofias de
vida que já foram ditas ou que aprendi durante a minha formação de
caráter, como da mesma maneira que você cobra dos outros, você será
cobrado.
Mas, depois de tantas coisas vividas, dores e dissabores, começo a me
questionar se é realmente a verdade que estamos buscando... será?
Começo a duvidar... amizades, amores, conhecidos, família e por ai vai,
será que tudo isso vale a pena confiar e nunca ser correspondido ou
receber aquilo que mais nos doamos?
Por mais que conheçamos a realidade, ansiamos por aquilo que não cabe
dentro dessa realidade... ansiamos por sonhos, vontades, expectativas,
desejos... ansiamos, e este verbo diz bastante coisa... Por tanta
ansiedade acabo por me esquecer de minha pessoa, de minha maravilhosa
pessoa que acaba sempre em segundo plano por eu me dedicar aos outros
que nem sempre me correspon-dem como queria ou deveria receber...
Queremos algo além... mais doce e menos endurecido... menos dolorido...
E então, ao invés da busca incessante pela verdade, buscamos a ideia
de felicidade. E assim, e talvez por isso, ainda vejo, ainda sinto,
tantas emoções...
* Victor Augusto (Bombomzão) é jornalista
Email: Victor.ojornalista@gmail.com Twitter: @bombomzao
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