Ad Code

Responsive Advertisement

A VITÓRIA ESTA SEMPRE PRESENTE


Victor Augusto


Há 22 anos quando Julieta Costa deixou o Rio de Janeiro para morar em Rio Branco trabalhando como babá, não podia imaginar as aventuras e dedicação que seriam exigidas para conseguir realizar o sonho de ter seu próprio negócio.

Julieta morou e trabalhou na casa da prima durante sete anos. Foi quando sua prima, Olga Maria Campelo Veras, se mudou para Recife e Julieta resolveu ficar no Acre. Com as economias que havia juntado comprou semi jóias para revender. Chegava a fazer R$ 4 mil por mês, mas não gostava do que fazia. Queria investir num negócio mais seguro e com local fixo.

Primeira Loja
Em 2001 ela viajou para São Paulo com apenas R$ 300 reais em mãos. Ela andou vários comércios do local onde foi pegando todas as referencias dos produtos e retornou para Rio Branco.

Voltando para Rio Branco ela já tinha os contatos dos locais que visitou e foi atrás de verificar como ela faria para buscar esses produtos. Do orelhão do aeroporto ela fazia os pedidos e negociava.

Durante três anos Julieta só conseguia dormir de duas a três horas por dia. Saia de casa para o aeroporto às oito horas da manhã e voltava as três ou quatro horas da madrugada quando saia o último vôo. Numa destas noites ao retornar para casa Julieta dormiu ao volante e acordou com o carro caído numa vala na estrada. Foi quando percebeu que precisava mudar o local de trabalho.

Em setembro de 2002 a empresaria estava trabalhando como vendedora ambulante e viu um espaço vago no balcão do aeroporto, onde antes era ocupado por uma loja que vendia blusas sobre o Acre, ela então decidiu falar com o responsável pelo espaço solicitando para si aquele local. Ele cedeu pelo período de quinze dias, onde ela foi renovando o contrato até chegar no limite de três meses. A Loja se chamava “Juli Presentes” e vendia produtos variados de decoração e artigos para presentes que comprava nas lojas do centro da cidade por R$ 1,99 e revendia mais caro. No termino dos três meses a administração do aeroporto exigiu que ela abrisse uma firma para concorrer à licitação pela vaga do espaço. Sua renda antes era de R$ 6 mil reais ao mês, com a abertura da empresa ela passou a ficar com a metade do que ganhava, pois a outra parte ela investia na empresa pagando os impostos para manter seu negocio.

Em 2003 abriu uma filial num bairro central chamado “Bosque” com o recurso da venda da sua casa no valor de R$ 8 mil. A felicidade de Julieta durou pouco, foi com esta loja que descobriu os problemas empresariais como folha de pagamento, controle de caixa, impostos, taxas, custos, capital de giro e outros. A falta de orientação na gestão do negocio e um problema de saúde fizeram com que a loja falisse com três anos e meio de funcionamento.

O Supermercado Araujo estava em reforma, ampliando seu espaço e Julieta teve a idéia de solicitar uma das lojas de uma galeria que ficava dentro do estabelecimento. Em julho de 2006 a oportunidade foi dada, mas o dono do supermercado não acreditava que ela fosse conseguir se adequar as exigências em 20 dias. Das oito lojas que estavam para abrir no local, Julieta foi a única que conseguiu estar dentro dos padrões solicitados, onde o próprio dono do mercado cumprimentou-a dizendo que não acreditava que ela conseguisse devido ao pouco recurso que ela tinha.

Julieta trabalhava no turno da noite, nos fins de semana e entregava presentes em domicilio. A inovação agradou as pessoas e assim conseguiu muitos clientes. A segunda loja foi inaugurada em julho de 2007 numa filial do mesmo supermercado na Rua Izaura Parente. Com as vendas saindo bem, ela conseguiu abrir uma terceira loja no bairro Bosque no mesmo ano.

Com o aumento de funcionários surgiu o interesse em ajudá-los. Por acreditar que através da capacitação eles poderiam receber melhor as coisas que ela dizia como uma critica construtiva e não como uma cobrança. Atualmente ela possui 23 funcionários, que participaram de cinco cursos oferecidos pelo SEBRAE além de cursos de computação.

Em junho de 2008 mais uma loja foi inaugurada no bairro Cerâmica, Esta é sua maior loja e conta com seis empregados. Foi a primeira vez que necessitou de um empréstimo bancário, pois para garantir o plano de saúde e a nova loja teve que fazer um maior investimento. Julieta sempre contou com recursos próprios e a ajuda e compreensão de seus fornecedores.

Em abril de 2009 Julieta se deparou com grandes dificuldades como a especulação da concorrência de que teria falido pelo fato de ter fechado a maior de suas lojas para balanço. Já no mês de novembro ela precisou fazer mudanças em suas lojas, sendo que a maior que se encontrava no bairro cerâmica foi fechada devido seus gastos estarem sendo altos e a empresa ser concorrente dela mesma. Com essas mudanças Julieta teve que diminuir seus gastos e reduziu seu quadro de funcionários para 12 pessoas.

“Tivemos que recuar no mercado e fazer os devidos cortes onde era necessário ser feito, para que pudéssemos nos reestruturar e continuar vivo no mercado. Se não fosse dessa maneira acredito que logo teríamos voltado ao zero, e com a chegada de empresas de fora do estado, tivemos que ser mais cautelosos, pois sabemos que as demais lojas ou pessoas não tem o mesmo cuidado que temos para com o nossos clientes, priorizamos em manter ou criar laços de amizade entre os clientes com a empresa, mas sempre respeitando a política de que se deve saber separar os assuntos” afirmou Julieta.

O objetivo de Julieta é não ter mais quatro pequenas lojas, mas sim duas grandes em espaços próprios para dar uma atenção maior aos clientes. Esse plano esta previsto para os próximos cinco anos. Outro grande passo é ganhar mercado no interior do estado, as cidades de Cruzeiro do Sul, a 648 Km da capital com 86 mil habitantes , a cidade de Tarauacá, a 406 Km da capital e 33 mil habitantes e a cidade de Sena Madureira a 145 Km da capital e 35 mil habitantes ².

Postar um comentário

0 Comentários

Ad Code

Responsive Advertisement