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Presente histórico do histórico Lhe

Por diversas vezes vinha recebendo uma insistente ligação, de um número que não conhecia. A pessoa me enviava mensagens meio sem nexo até o dia que decidi atender. E para minha surpresa não é que era o famoso Lhe, um dos últimos românticos da politica acreana, ex-principe dos primeiros tempos da monarquia dos homens de bem e boa vontade. 

Lhe queria me presentear com um livro a respeito da Revolução e independência do Acre, segundo o autor Afonso Domingo. Recebi do Lhe um dos últimos ou únicos exemplares para compartilhar com os colegas jornalistas. 

Mas no meu entender, esse conhecimento não deve ficar exclusivamente com um grupo, merece ser compartilhado com o maior número de pessoas possível. Pensando nisso, estou transcrevendo e compartilhando com todos e futuras gerações enquanto vida tiver e o boleto do site pagar, os textos ficarão à disposição de todos. 


A Estrela Solitária part. I

Um caso sensacional 


As luzes do teatro se acenderam. Das baias, Luiz Galvez viu o balcão dos bolivianos. O espanhol havia viajado até Belém para conseguir um salvo-conduto que lhe permitisse chegar ao Acre. Por esse motivo devia falar com Moisés Santivañez, o cônsul da Bolívia, que nesse intervalo conversava animadamente com seu compatriota Nicolás Suárez. Suárez era um dos grandes barões da borracha, alguém feito por si mesmo, uma lenda viva naquele mundo onde a realidade e a ficção se misturavam com frequência. Do nada, havia chegado a ser uma das maiores fortunas da região, com propriedades que superavam os oito milhões de hectares. Na Amazônia brasileira tinha a exclusividade sobre os transportes pelo rio Madeira, em cujos margens se levantavam boa parte do seu império. Sob o rótulo de “Suárez Irmãos”, Nicolas Suárez controlava com mão de ferro barcos, mercadorias, seringais, portos fluviais e milhares de indígenas que trabalhavam na borracha. Diziam que havia ordenado a matança de trezentos índios capiruna como vingança pela morte de um dos seus irmãos, que devastava as aldeias buscando novos braços para sangrar as seringueiras. Porém ali, com um elegante fraque, com longos bigodes brancos e o cabelo prateado, parecia inofensivo. 



Alfonso Domingo

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