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Vai com calma


Nesse final de semana, tive um momento diferenciado com minha mãe. Entre momentos de estresse e sorrisos fáceis, surgiram lembranças que ajudaram a formar nossa história e chegar até os dias de hoje.

Caso você não saiba, meus pais e avôs são daquela geração batalhadora, que deu um duro danado nos seringais cortando seringa, foram para cidade tentar estudar e conquistar uma vida digna para formar suas próprias famílias. Quase igual à maioria dos de sua época.

Vieram do Jordão, passando por Tarauacá até se estabelecerem em Rio Branco, onde estudaram conforme suas limitações e o trabalho permitiu. Minha avó paterna foi uma daquelas professoras linha dura com alunos e com os filhos até com os que conviviam com ela, bem estilo de personagem de éramos seis.

Meu pai foi daqueles filhos que largou tudo para cuidar dos pais e se dedicar ao trabalho com eles. Cresci vendo o cuidado que ele tinha com meus avôs e como ralaram para ajudar a manter a família. Durante anos foram donos das lanchonetes do Colégio Acreano e do Cerb.  Certamente alguns lembrarão deles e até de minha pessoa correndo pelo pátio da escola.

Minha mãe e eu recordamos desses tempos, onde era aquela correria diária, chegávamos na cantina bem cedinho para que eles (meus pais e avôs) adiantassem as coisas para vender tudo quentinho quando os alunos chegassem e as coisas para vendermos no recreio. Na hora do recreio era pauleira, pois você tinha que da conta do colégio todo em dez minutos. Eu ficava no refrigerante, onde era mais ligeiro abrir as garrafas e colocar no saquinho, antes deles irem pra janela dos salgados.

Recordamos que mesmo aos finais de semana, nosso  convívio era no colégio, pois era dia de faxinão. Acho que esse era o melhor dia, onde riamos das coisas da semana enquanto lavávamos tudo. Meu pai sempre foi muito zeloso, baldeava o nosso espaço do pátio e o pátio geral do colégio, enquanto eu e minha irmã brincávamos de quem tirava mais chicletes do chão, onde depois mudávamos de lado, meu paizão esfregava o lado que limpamos enquanto escorregávamos na área ensaboada.

Eu me irritei em determinado momento porque não consegui ainda ver minha mãe em casa tranquila com eu gostaria.  Minha mãe sempre foi uma guerreira, levanta até hoje às três da manhã, arrumava nossas lancheiras, éramos os primeiros a chegar e os últimos a sair. Eu disse que não queria essa mesma correria pra ela, os anos chegaram e não consigo da à mesma atenção que meu pai dava por trabalharem juntos.

Minha mãe disse para eu ir com calma que tudo vai se resolver. Que o ritmo nem se compara aos tempos de colégio, quando meu pai e ela viviam na quentura dos fornos ou dos tachos que fritavam salgados.

Ouço essas palavras com um alivio momentâneo nos ombros. Não consigo relaxar como ela deseja, mesmo doente, continuamos a trabalhar, uma teimosia herdada dos dois. Caminhando, cantando e seguindo a nação, que vamos lutando todos os dias por dias melhores. Sempre desviando dos que tentam nos dá rasteiras ou nos culpar por suas falhas de caráter. Sabemos o valor e o peso de sermos honestos, assim como honrar biblicamente o pai e a mãe.

Gandhi já disse que a vida de nenhum homem pode está contida em qualquer narração, pois não se pode da o devido peso e valor a cada momento vivido em nossas vidas.

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