Uma das mais características habilidades ou dons da minha mãe, é a capacidade que ela possui na cozinha. Algo que agrada a todos da família e até aos amigos.
Minha mãe é daquele tipo de pessoa que transforma o quase nada em um tudão. Minha mãe é a pessoa mais positiva que conheço e sempre preocupada com nosso bem estar. Minha mãe é um ser fabuloso, minha amiga mais antiga que tenho na vida. Eu costumo dizer que minha mãe sempre foi minha emoção e meu pai a razão.
Há quatro anos não tenho meu paizão, quis o destino que ele atendesse a vontade de Deus e fosse no tempo do Pai para ficar juntinho dos meus avôs e meu mano. Há quatro anos eu me vi aperreado por carregar o mundo e uma família de uma hora para outra. Nesse tempo eu intensifiquei minha corrida para poder garantir o sustento da minha casa, assim como tentar evitar que todos os dias a minha mãe acorde às três horas da manhã para atender os pedidos de café da manhã dos contratos que ela tem.
Em parte eu sei que ela gosta. Sei disso porque cresci vendo meus pais a ter uma vida corrida para garantir o pão de cada dia, mas que graças a Deus, eu e minha irmã estamos conseguindo vencer. Mesmo com todos os trobos que damos e as rasteiras que pegamos. Essa correria se dividiu em buscar o dia melhor e a atenção a um novo integrante da família há dois anos, o Manoelzinho, meu sobrinho.
Minha velhinha parece que não cansa, faz os mesmos trabalhos e consegue ser essa vovózona tão atenciosa. Minha gordinha é uma queridona, tem uma gigantesca lista de tarefas, mas nunca nos negou afeto e sempre buscou estar conectada conosco. Elas consegue fazer isso tudo dentro de casa e ainda compartilha com nossos vizinhos, outros queridos.
Mas essa semana ela me colocou a pensar na minha vida, nas nossas vidas e o cotidiano. Enquanto realizava trabalhos domésticos para puxar água e não deixar a caixa secar, por vezes eu gritava por ela e até reclamei dela não me dar atenção. Foi ai que ela soltou a ancora que me fez desacelerar, ela me revelou que já não escuta mais tão bem como antes e que eu tivesse paciência.
Foi ai que descobri que minha amiga está ficando velhinha e eu preciso raciocinar melhor para atender as necessidades que possam vir a surgir para ela. Cabe a mim ser ainda mais o homem da casa. Todos os dias saio em busca de oportunidades melhores para trabalhar e volto para casa. Todos os dias consigo conquistar um novo espaço e assim continuarei até me sentir satisfeito em saber que tenho tudo pra ela ou para nós.
Meus dias mudaram ainda mais. Diminui meu ritmo para aproveitar ainda mais a companhia dos meus. Nunca se sabe quando iremos fazer a viagem, uma vez que aqui só estamos de passagem. Aproveite para vivenciar os que ama. Na oportunidade, sei que você está lendo esse texto mãe, te amo!
Victor Augusto
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