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Humanização por chifre


O mundo está cada vez mais moderno e com ele, nada mais justo do que a (re)evolução das mulheres que acompanham esse andar da carruagem. E não se engane se vê um cabra chorando ao ouvir a sofrência de Pablo no melhor consultório psicológico, localizado na esquina mais próxima.

Todos nos conhecemos bem melhor a vida alheia, do que a formula da grama do vizinho ser mais verde. Nada mais poético e filosófico do que o contemplamento do chifre alheio. Um chifre daqueles bem parafusados pelo destino na fronte do artista. Nem que seja apenas como arma de vingança, como diz a canção de Carlos Alexandre. 

Meus caros mancebos não se iludam ao achar que as fofoletes de nossas costelas ainda são as mulheres submissas ao tempo como fora nossas mães ou avós. O cabron pisou fora do terreiro, o chifre já começa no pé, como o bom e velho garnisé de minha vó Nubia.

Na hora de copular com as galinhas da vovó, não tinha hora e nem momento, sentiu vontade, ripa nas bichinhas, mas quando decidia acertar a galinha do vizinho, no seu retorno pra casa, só faltava ir pra panela depois de tanto apanha.

Assim é nosso circulo de relações, o cabra mijou fora do quintal, a vingança será maligna. As mulheres já não se calam, não tesouram todas as roupas do ser pulante, não gastam mais o cabo de vassoura no lombo. Elas agora atarraxam o chifre e com vontade fazem questão de que saibamos sem duvida que o sorteado fomos nos.

O mais destemido atleta em pular cerca quando ama, continua com o esporte e é arrebatado com o titulo eterno, se torna o maior dos homens humildes, não tem poder politico ou cargo que console a perca da amada.

Essa é para chorar, como convém a quem deixou rastros de incompetência e de vacilos sentimentais pelo caminho. E essa nossa loucura, muitas vezes, não deve ser tributada simplesmente à febre amorosa que estoura na pele e mancha o caroço dos olhos. 

Enlouquecemos mais pelo ego de macho do que pelo grande amor de fato. É o medo diante das comparações. 

Então insistimos, insistimos, insistimos na nossa babaquice, até que ouvimos mesmo, daquela ingrata, que perdemos o embate, o jogo, o clássico, o duelo do faroeste.

Aí não tem cachaça ou uísque que curem. É o fim. O mais confiante dos homens sucumbe nessas horas.

E se a moça, toda saltitante, aparecer na firma com aquele sorriso franco, aquela pele remoçada... Sempre pensaremos no desastre-mor, no grito selvagem (dela) de prazer.

É o fim... Nada mais pratico a se fazer do que avisar o bom e velho garçon, que se pegar no sono, nos deite no chão....

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