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Bruna Lopes, a minha amiga general


É fácil conquistar amigos. Basta uma tarde tranquila em local aprazível, na natureza, para se dispor à troca de gentilezas e a um bate-papo amistoso. Ah, como me lembro deliciosamente daquele dia, tarde e uma noite juntos. A primeira emoção ao trocar-se endereços, números de telefones, marcam-se outros encontros.

Se programar para idas ao teatro, um passeio mais demorado no final de semana com as crianças (primos e afilhados num futuro próximo) que, afinal, quase têm idades próximas. É fácil iniciar novas amizades?! Alguns afirmam que basta um pouco de gentileza e um sorriso, um aperto de mão, a quebra do gelo e pronto, temos alguém para chamar de amigo.

No entanto, manter as amizades é um grande desafio. À medida que passamos a nos conhecer melhor uns aos outros, começamos a perceber defeitos, fragilidades de comportamento. Horas a mais ao lado e descobrimos que o outro não é exatamente aquilo que dele pensamos no primeiro momento, nos primeiros contatos.
Poeticamente e literalmente os amigos são jóias delicadas. Quanto mais velhos, mais preciosos. Por vezes, substituímos os velhos por novos amigos. Afinal, é comum os mais velhos se fazerem saudosistas e se tornarem cansativos.

Ser gentil com os amigos idosos é questão de sabedoria porque, se a morte não nos colher antes, também envelheceremos e seremos como eles. Saudosos e desejando ardentemente não ficarmos sós, assim eu penso que deveria ser tanto fosse a idade, mas o sentimento deveria fluir mais facilmente e com maior intensidade.

Um amigo é peça de alta tradição e deve ser conservado. Mesmo porque juntos enfrentamos tantas adversidades e coisas que pessoas consideradas “normais” não aceitariam ou no primeiro choque que tivessem, pularia fora e cada um por si, e Deus por todos.

No trato com os amigos, importante que não cedamos à tentação de retalhar a vida alheia com o punhal da crítica contínua e da ironia, porque eles pensarão que fazemos o mesmo em relação a eles, quando não estamos juntos. E não deixam de ter razão. Não vamos ser pessimistas, semeando desesperança e aumentando ainda mais a dureza da vida dos nossos amigos. Sempre disse que tenho sorte em ter poucos em quem confiar, mas os mais leais e verdadeiros que eu não pensei em desejar.

Vamos nos tornar um porto onde a alegria distribua consolação. Valorizemos o sorriso sem nos tornarmos artificiais. Sejamos um campo onde as flores da esperança estejam presentes para espantar o desânimo e o desencanto dos nossos amigos. Muitas vezes a gente se envolve tanto com outras pessoas junto com os amigos que ao vermos um sorriso em seu rosto, achamos que esta tudo bem, mas esquecemos de olhar mais a fundo para quem esta do nosso lado. Às vezes essas pessoas precisam tanto da gente que quando nos tocamos, já é tarde demais.

Ninguém vive sem amigos. Eles são como anjos nos caminhos dos homens. Assim os poetas e filósofos afirmavam. Mesmo Jesus, o Mestre Divino, não deixou de ter amigos. Para o Seu ministério destacou doze companheiros e lhes ensinou as lições mais profundas do que Ele sabia e vinha de Deus.

Abandonado à hora do martírio por eles, não deixou de aceitar o auxílio de um Cireneu, que se fez amigo naquela hora, ajudando-o a carregar o peso do madeiro. À hora dos sofrimentos mais intensos, na cruz, aceitou no ladrão que lhe pediu auxílio, o amigo retardatário que se candidatava ali mesmo, a marchar com Ele, em busca do Reino de Deus.

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