Dia desses eu estava lendo um texto do jornalista Xico Sá, cujo o qual passei a ser um grande fã e passa a ser minha referencia de como me “portar” enquanto comunicador. O texto dele começava dizendo que o jornalista é o único animal do planeta que quanto mais avança a tecnologia mais o desgraçado trabalha. Isso é o que mais perturba e intriga. Agora mesmo, terça-feira, feriado do sete de setembro, e eu em cima dessa máquina usando minha imaginação e criatividade para tentar negociar com as pessoas para falarem com nossas equipes de reportagem amanhã, já que a maioria das pessoas está se recuperando da ressaca pós - feriadão.
Todos evoluíram com os tempos modernos e novos sistemas. Até o burro do campo, se livrou do arado pré-histórico.
Nós, muito pelo contrário, aumentamos a nossa carga: fazemos o jornal, atualizamos o blog, perguntamos e ao mesmo tempo filmamos o entrevistado... Cobramos escanteio, corremos para cabecear e no percurso entre a bandeirinha do córner até a pequena área ainda mandamos uma informação no Twitter aos seguidores das obsessivas páginas virtuais.
Não lembro bem o dia que apareceu o primeiro computador nas redações. Mas pelo que me falaram, além do susto de alguns tiozinhos, o entusiasmo dos mais jovens: agora vamos diminuir as jornadas. Qual o quê. Com a internet, pior ainda, viramos processadores multiuso, centrífugas, chupa-cabras de textos e notícias.
O pior: o furo, essa mercadoria de luxo dos jornais, agora gira na velocidade do minuto a minuto. Parem as máquinas, quero meu furo -com 24 horas de vida, pelo menos- de volta.
Se eu tivesse criado vergonha na cara e estudado um pouco mais, podia ter sido um advogado ou um medico fudido pra viver para os outros, mas com o bolso satisfeito para gastar nas minha folgas. Aqui no Acre seria quase todos os dias. Enquanto eu não concluo a meta que tracei com amigos de faculdade de jornalismo, onde ano que vem faremos faculdade de direito para sermos juizes e delegados com bolso cheios e finais de semana durante a semana. Amo ser jornalista, mas ficarei tão fofinho de doutor advogado.
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