Ad Code

Responsive Advertisement

Formatura


Descobri esse texto no blog abaixo, é interessante! Lembrei de ti, que me fez recentemente ir a um evento parecido. rsrs

http://classemediawayoflife.blogspot.com/

*O tema "formatura" foi sugerido via e-mail pelo Rodrigo Cardia, do Cão Uivador, e pela leitora Camile Tesche.

Existe uma ocasião na vida do médio-classista em que ele vira artista por um dia. Desfila no tapete vermelho, sobe no palco iluminado a laser, aparece no telão, solta a voz no microfone, recebe aplausos... Não é exatamente o Oscar, mas é quase: é a formatura. Você que deseja se enturmar e fazer parte da graduada Classe Média, deve aprender que não basta ter curso superior. Um curso superior, por si só, não vale lá muita coisa. Tem que fazer uma formatura digna de superprodução de Roliúde.

O médio-classista já entra na faculdade pensando no investimento para a formatura. Para tanto, economiza cada centavo dos vencimentos dos estágios que os amigos do papai lhe arrumam. E ainda tem que complementar, empurrando brindes vagabundos e caros para parentes e amigos, promovendo festas temáticas e fazendo coisas edificantes como “pedágios” e roubo dos trocados dos calouros. Ainda bem que o Papai Classe-Média entende a situação e banca a gasolina do carro que o filhão ganhou quando passou no vestibular.

O evento da colação de grau também serve para que o médio-classista descubra quem realmente é seu amigo. Somente um grande amigo, daqueles para qualquer ocasião, se submeteria a mais de quinze minutos desse tipo de cerimônia. A produção é, como diz a propaganda do cerimonial, o supra-sumo do “requinte e sofisticação”. Inclua-se aí uma trilha sonora de primeira, com direito a muito Kenny-G, Jean Michel-Jarre e altas doses de Enya antes do início e nos intervalos. Para a entrada triunfal dos formandos, tal qual gladiadores ensaguentados, Carmina Burana sempre cai bem. Isso quando não resolvem colocar uma música pra cada cidadão que está se formando. Aí é o teste da paciência suprema até que 70 ou 80 becados atravessem o salão, sendo filmados e fotografados em seu momento de glória, ao som da sua musiquinha escolhida, que vão desde "menino da porteira" até "I will survive".


Normalmente dotadas de uma aparelhagem monstra, essas solenidades são marcadas pela ansiedade do cerimonial em demonstrar toda a gama de recursos visuais de que dispõe. Assim, aquele laser que faz desenhos nas paredes é acionado a todo vapor, a desenhar todas as formas possíveis, num espetáculo curioso de complexo de pavão. O resultado nos faz imaginar como seria um show do Pink Floyd onde a iluminação fosse operada pela Hebe Camargo.
(continua...)

--
Patricia Polaro

Postar um comentário

0 Comentários

Ad Code

Responsive Advertisement