A Defensoria Pública do Acre, por meio da Escola Superior da Defensoria Pública do Estado do Acre (Esdpac), realizou na última sexta-feira, 17, às 14h, no auditório do Sebrae em Rio Branco, um evento voltado à capacitação de seus membros, servidores e estagiários. A atividade foi realizada presencialmente em Rio Branco e transmitida em tempo real para o interior do estado.
O encontro marcou a aula inaugural do curso de Inteligência Artificial, ministrado pelo defensor público de Pernambuco e professor de inteligência artificial aplicada ao Direito, João Duque. Durante a aula, João destacou a importância da introdução dessa tecnologia no âmbito jurídico e apresentou a assistente virtual da instituição, denominada "MirIAn". "Nós viemos trazer hoje o novo chat GPT da instituição que se chama 'MirIAn', e ela é uma ferramenta que vem para auxiliar o trabalho dos membros, dos colaboradores. Ela não vem para substituí-los", afirmou o professor, explicando que a ferramenta foi desenvolvida para agilizar atendimentos e melhorar a eficiência de processos internos.
João também ressaltou que a inteligência artificial, quando bem utilizada, tem o potencial de ampliar significativamente a capacidade de atendimento da Defensoria e de melhorar a qualidade das petições e recursos elaborados pela instituição. "Estamos vivendo atualmente uma nova revolução tecnológica com a introdução da inteligência artificial. Dizemos muito que você não vai ser substituído pela inteligência artificial, mas você vai ser substituído por quem sabe utilizá-la."
A diretora da Escola Superior, Juliana Caobanco, também celebrou a implementação do curso e a criação do assistente virtual. "É uma satisfação para a Defensoria Pública do Acre e para nós, da Escola Superior, contar com esse curso ministrado pelo professor João Duque. O curso já era muito almejado por todos, porque é uma introdução a essa nova era da inovação tecnológica, e a Defensoria Pública não pode ficar para trás."
A defensora pública-geral Simone Santiago destacou a homenagem feita à defensora pública aposentada Maria Miriam Bezerra Nogueira de Queiroz e a importância da tecnologia no contexto institucional. “O nome da assistente virtual reflete a história de dedicação da doutora Miriam à Defensoria. Sua trajetória continua inspirando a todos nós. Apesar da introdução da inteligência artificial, precisamos preservar a essência do trabalho humanizado. Como instituição, temos o compromisso de avançar tecnologicamente sem perder de vista o olhar empático e a responsabilidade social que nos norteia", afirmou Simone.
O nome “MirIAn” foi escolhido em homenagem à defensora pública aposentada Maria Miriam Bezerra Nogueira de Queiroz, que completou 13 anos de aposentadoria, mas segue atuando voluntariamente no atendimento a adolescentes na primeira vara da infância e juventude em Rio Branco. "Ela é uma defensora pública que nos inspira a olhar para os nossos casos sempre de forma muito humanizada", destacou Juliana. "Apesar da tecnologia, precisamos manter esse olhar humano, porque a tecnologia está aqui para facilitar o nosso trabalho, não para nos substituir."
Outro ponto de destaque foi o desenvolvimento do avatar da assistente virtual “MirIAn”, que foi desenhado e elaborado pelo psicólogo Fernando Vilas Boas, servidor da Defensoria Pública lotado no Setor Multidisciplinar. A iniciativa reflete o comprometimento da instituição com a personalização e a eficiência no atendimento ao público, além de demonstrar o talento dos profissionais internos.
O evento, que também incluiu a demonstração de aplicações práticas da inteligência artificial, reforçou o papel da Defensoria Pública do Acre como pioneira na adoção de soluções tecnológicas voltadas à otimização dos serviços públicos.