Já são quase oito
anos de formado e quase dez atuando na área de comunicação e pra mim a sensação
é como se fosse o primeiro dia. Ainda não me acostumei com as paradinhas na rua
e ouvir dos conhecidos ou desconhecidos "ei, eu te vi na tv e você falou
muito bem. Parabéns". Essas intervenções me recordam meu pai que não
perdia uma entrevista ou texto meu.
Meu pai era o meu
maior parceiro. Recordo que após um mês de formado, fui convidado a trabalhar
numa filial da imprensa nacional. Meu contrato me dizia para entrar no final da
tarde e encerrava às dez da noite. Por vezes eu me dedicava tanto ao serviço
que acabava saindo meia noite ou uma da manhã do dia seguinte.
E quando eu me
tocava do horário e já ia pedir um taxi ou tentar pegar a última carona para
casa, meu pai já me aguardava no carro, mesmo após um dia puxado dele nos
trabalhos com a lanchonete em que ele tocava com minha mãe.
Por vezes eu
tentava enganar ele para me aguardasse em casa e na promessa de que ligaria
para ir me buscar, enquanto eu tentava ir a pé ou outro meio de voltar para
casa, desejando que ele descansasse.
Ledo engano, quando eu colocava a mochila nas costas, ele já estava
sentado na recepção. Nunca me esqueço do que ele falava “Você é meu filho, se
eu não fizer por você, vou fazer por quem?”.
O “seu” Manoel
Coelho era o cara, não tinha um que não falasse bem dele. Eu me admirava dele
até com aqueles que tentanvam enganar ele. Ele tinha um dom que preciso
trabalhar muito, que é o perdão aos que tentaram me prejudicar de uma forma. Ainda
não consegui perdoar algumas pessoas da empresa, pois logo que descobrimos a
doeça do meu pai, perguntei se eu poderia me afastar sem remuneração. No final
do mês fui demitido sob a alegação de que não queria trabalhar. Mas o mundo da
voltas.
E sempre falava
para ele que eu ainda não acredito que estou trabalhando com grandes
profissionais da imprensa acreana. E eu ainda me admiro da ousadia em presidir
a categoria. Deus sempre foi bom comigo e me deu pais maravilhosos. Fossem os
meu genitores e até os postiços. A maior instituição da vida é a familia, que
não deixa faltar amor, carinho e respeito.