Quem diria que no lugar mais improvável como uma academia, um mal diagramado escriba chamaria atenção sem ser uma referência de localização geográfica dentro de um espaço de quatro paredes.
Pensando em reaver a boa forma ou
reduzir a circunferência abdominal, decidi voltar a academia para os procedimentos
de exercícios para ajudar a baixar a timba que há muito deixou de ser pochete
para se tornar um mochilão de viagens.
E devo dizer que não fui em busca
de outros focos, apenas diminuir a inflamação abdominal e pelo visto estava
indo a lugares errados quando me propus a arrumar uma costela da criação. No cititur
que estou realizando nas academias da mesma rede local, fui a uma que pouca
gente estava lá e como diz o ditado um olho no peixe e outro no ganho, neste
caso a gata.
Enquanto fingia não sentir dor ao
usar os aparelhos, duas jovens de curvas perigosas estacionaram logo mais à minha
frente, uma passava a mão e outro cabron que acredito ser seu e a outra
graciosamente me mostrava toda sua beleza corporal, enquanto a roupa me
detalhava cada linha escultural. Fingi também não olhar enquanto ela me olhava,
pois vivemos em tempos que olhares podem ofender.
Me dirigi até minha amiga para
mexer com ela e usar como desculpa para passar perto da moça. E para minha
surpresa, não é que eu também estava sendo analisado. Assim me confirmou minha
amiga, que tentou me alertar, mas devido aos fones não a ouvi na hora.
E olha que coincidência, em
tempos de redes sociais, eu sigo a moça e agora sei de quem se trata. Agora a
pergunta que não quer calar, “Além de Deus, quem mais toma de conta dela?”. Sigamos
firmes na academia para quem sabe esbarrar novamente nessas oportunidades que o
amor deixa a circular pelos caminhos improváveis.
Victor Augusto N. de Farias é jornalista, radialista, rotariano, acadêmico
de direito, apresentador e empresário.