Não é de hoje que a capital acreana vive um dos piores índices de infraestrutura, saneamento, mobilidade entre outras problemáticas que causam transtorno a população que cresce em meio a desordem estrutural.
Para tentar encontrar soluções plausíveis que justifiquem as
alterações ao Plano Diretor, a prefeitura de Rio Branco por meio da Secretaria
de Infraestrutura realizou na semana passada as discussões de eixos para a
cidade com a participação da estrutura municipal, entidades de classe e
seguimentos populares.
Alguns dos participantes ao questionarem a equipe municipal,
não se sentiram contemplados pelas justificativas, pois para quem observa de
fora tem a impressão de que a cidade está às mil maravilhas, quanto está
afundando em problemas que crescem cada vem mais com o passar do tempo, com a interferência
política e empresarial.
Que por falar em política, nenhum dos dezessete vereadores, nenhum
dos vinte e quatro deputados estaduais, nenhum dos oito deputados federais e
nem os três senadores do Acre participaram das plenárias. Relatos foram feitos
que muitos dos políticos prometem a solução para os problemas em busca de
votos, mas não se atentam para o lado técnico da execução das obras.
Bairros que passam por dificuldades de abastecimento de água,
asfaltamento ou calçamento são vítimas de promessas que não terão
resolutividades satisfatórias, pois se determina por meio das indicações ou
destinação de verbas para a execução de uma obra sem qualquer consulta de
especialistas, como verificar se existe alguma possibilidade de drenagem,
encanação na região, gasto com a obra, finalização e acompanhamento do que foi
feito.
Alguns profissionais pontuaram esse quesitos errôneos da administração pública e parlamentares. “Chega a ser cansativo esse tipo de discussão, pois se estabelece aqui e só se tenta colocar as coisas em execução no período eleitoral e não é feito a contento, deixando a desejar e causando mais problemas do que solução”, disse um dos participantes.
Para se avaliar o Plano Diretor é necessário de forma
primordial se basear pela bacia hidrográfica da cidade e a estrutura que se tem
na região de Rio Branco e do Estado em geral. Uma dos exemplos foi citado, em
que um vereador de determinada legislatura, apresentou emendas que residências em
área de alagamento só poderiam ter no máximo 1,50m, esquecendo de combinar com
o Rio Acre e a mãe natureza que as águas só poderiam subir até determinado
ponto.
Outro ponto destacado é a construção da Orla do 15, onde se foi destinado um valor que não irá cobrir metade do que deve ser feito. Não se teve um estudo prévio da área, das indenizações, dos impactos que o Rio Acre irá causar na outra margem do rio entre outros fatores. Os recursos são destinados sem um estudo técnico e retornarão devido a falta da mesma expertise.
Deve se levar em conta os pontos de estruturas, impacto climático
entre outros, como a falta de urbanização na cidade que a torna ainda mais
quente em épocas de verão, intensificando as doenças, assim como a falta de
conhecimento em tratar questões de pessoas com alguma limitação física que se
deparam com postes e árvores no meio das calçadas, quando não existe interferência
empresarial que constrói seus empreendimentos sem seguir uma regulamentação.
Integrantes do Conselho de Arquitetura e Urbanismo defendem e
cobram a retomada do Conselho Municipal de Urbanismo para que identifique o
problema durante a fiscalização e tome medidas punitivas ou orientativas aos
erros pela cidade.
MOBILIDADE E PLANEJAMENTO DEMOGRAFICO
Outro ponto que devemos rever é a questão da mobilidade, onde gestões parecem pensar mais o lado político do que a gestão em si, criando regiões de isolamento social, como já acontece em certos lugares da cidade, onde alunos não tem direito ao passe escolar por ser obrigado a viver exclusivamente naquele local.
Sem falar que o perímetro urbano vem crescendo desenfreado,
onde segundo estudos de grupos da Universidade Federal do Acre, revelaram que o
perímetro urbano cresceu mais de 46%, além do planejado, forçando criação de
novas estruturas sem planejamento adequado.