Alunos da rede municipal de ensino de Senador Guiomard e de Rio Branco (AC) participam, desde novembro do ano passado, de ações de Educação Patrimonial oferecidas pela Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Acre. Eles tiveram a oportunidade de visitar os geoglifos do Sítio Arqueológico Jacó Sá, em Rio Branco. A estrutura, de ocorrência rara, foi tombada pelo Iphan em 2018.
Além das escolas, moradores locais, agentes de cultura e agentes municipais também estão participando das atividades. A programação começou em novembro de 2023 e irá até abril de 2024. O plano de atividades também prevê a realização de um Inventário Participativo com a comunidade em que eles são estimulados a indicar os patrimônios culturais que fazem parte de seu dia a dia, e uma exposição sobre o tema. A programação faz parte de uma série de ações da Superintendência do Iphan no Acre que visam estimular a valorização do patrimônio cultural do estado.
“A Educação Patrimonial faz com que as pessoas tenham conhecimento sobre a importância desse patrimônio que faz parte da ocupação da Amazônia. É o que Leandro Grass, presidente do Iphan, sempre fala: as pessoas só vão preservar o que elas conhecem”, diz o superintendente do Iphan no Acre, Stenio Cordeiro de Melo.
Sobre os geoglifos
Chamados de tatuagens na terra pelos grupos indígenas contemporâneos, os geoglifos representam uma herança cultural dos povos amazônicos e são abundantes na Região Norte do Brasil. “Eles impressionam pela sua monumentalidade, engenharia e sofisticação”, explica a arqueóloga do Iphan Antônia Barbosa.
As estruturas de terra cavadas no solo, formadas por valetas e muretas, representam figuras geométricas de diferentes dimensões. Os sítios arqueológicos do tipo geoglifo foram identificados pelo arqueólogo Ondemar Dias, em 1978, durante as pesquisas do Programa Nacional de Pesquisa Arqueológica na Bacia Amazônica (Pronapaba).
“É um patrimônio que tem potencial para ser eleito Patrimônio da Humanidade, assim como Nasca, no Peru. Mas, se queremos que ele seja mundialmente reconhecido, precisamos que ele seja conhecido e valorizado antes pela própria comunidade no entorno dele e no estado do Acre”, conclui o superintendente.
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