O Setembro Amarelo é um mês que marca a campanha de prevenção ao suicídio. A cor representa a esfera global dedicada à promoção da conscientização sobre a saúde mental e, especificamente, à prevenção do suicídio. Tendo em vista a relevância do tema, a Prefeitura de Rio Branco realiza anualmente atividades que buscam incentivar as pessoas tanto a buscar ajuda como a identificar quando alguém precisa de ajuda.
A Organização Mundial da Saúde
(OMS) estima que, por ano, mais de 700 mil pessoas tirem a própria vida em todo
o mundo. Ainda de acordo com a organização, o número pode chegar a 1 milhão se
forem considerados os casos não registrados. No Brasil, são aproximadamente 14
mil suicídios todos os anos, uma média de 38 pessoas por dia.
Diante disso, a gestão municipal
tem atuado de forma incisiva em ações voltadas para o apoio à saúde mental para
que o indivíduo em sofrimento saiba que não está sozinho. Nesta quarta-feira
(13), foi organizada no Centro Psicossocial de Rio Branco, o CAPS II Samaúma,
uma palestra voltada para os clientes e seus familiares visando desmistificar o
tema e reforçar a importância da rede de apoio.
A coordenadora assistencial do
Caps II Samaúma, Karen Beiruth, explicou que o espaço trata de casos
psicológicos graves, mas que a população pode encontrar atendimento para casos
leves e moderados em todas as unidades de saúde. A gestora ainda informou que
durante todo o mês de setembro a equipe do Caps levará para algumas unidades,
palestras voltadas para a conscientização da saúde mental.
“A gente hoje quer conscientizar
sobre isso que as pessoas peçam ajuda, tanto para si quanto para um parente ou
amigo que chegue a pedir ajuda porque existe um tratamento e acompanhamento e
essa é uma forma de prevenção. Hoje estamos tratando prevenção, como fazer, o que
fazer e como falar. Hoje, nós temos psicólogos, farmacêuticos, médicos,
enfermeiros, vários profissionais aqui hoje trazendo esse tema e discussão com
familiares e pacientes no Caps”.
Para somar na roda de conversa
com os presentes, a equipe de estagiários do curso de psicologia, que atuam no
Centro, também tiveram um momento de diálogo para reforçar como a saúde mental
impacta diretamente em todas as áreas da vida de uma pessoa.
“A gente foi convidado pela
equipe do Caps Samaúma, eu e os demais estagiários, para termos uma fala com a
palestra chamada 'Não é frescura' e é
basicamente falar um pouco sobre
como funciona a rede, sobre o próprio Setembro Amarelo e saúde mental no geral,
porque o nosso entendimento é que a saúde mental não fica só aqui. Saúde mental
é moradia, qualidade de vida”.
A outra palestrante da manhã foi
a farmacêutica do Caps, Joquibede Prado, que abordou sobre a área
medicamentosa, alertando que os medicamentos vêm pra agregar ao tratamento do
cliente.
“A nossa orientação enquanto assistência
farmacêutica é desmistificar algumas situações com os nossos clientes, que eles
possam estar seguros e tranquilos, pois temos uma equipe integral
multidisciplinar e que os medicamentos que estão disponíveis na rede de atenção
a saúde mental são seguros, em que nem todos causam dependência, tiram a
produtividade desses clientes e a orientação é o primeiro cuidado”.
Keme Regina é cliente do Caps II
Samaúma há dois anos, ela parabenizou a iniciativa da municipalidade de
promover ações voltadas para a manutenção da saúde mental e agradeceu por tudo
que o Centro tem proporcionado para o seu tratamento de depressão.
“Eu queria enfatizar para vocês que não apenas
em setembro, mas todos os dias temos que dar importância pra nossa saúde
mental, porque se a nossa mente não estiver bem, nenhuma parte do nosso corpo
vai estar. E também gostaria de enfatizar que depressão, ansiedade, transtorno
bipolar e outros, nada disso é frescura, a gente precisa sim de um apoio, temos
que parar com esse preconceito e resistência que temos. Falo até por mim que,
antes de procurar o Caps, fui muito resistente e hoje me encontrei neste lugar,
me sinto muito bem, apesar de nem todos os dias estar bem, mas todos os dias
buscamos viver um dia após o outro”.