O silêncio radical do coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, por longas 8 horas na CPI mista dos Atos Antidemocráticos, hoje, 11, no Senado, pode lhe custar mais uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) entre os oito inquéritos que já responde. Amparado por um habeas corpus, concedido pelo Supremo, o combinado é que ele não respondesse apenas perguntas que pudessem lhe incriminá-lo. Mas ele optou por não responder a nenhum dos questionamentos. O suficiente para irritar a mesa diretora da comissão.
Mensagem cifrada
Preso há mais de dois meses por ordem da Justiça, coronel Mauro Cid chegou à CPI, no Senado, fardado. O ato foi suficiente para movimentar o bastidor político. Há uma corrente que entende que a decisão de Cid foi uma afronta às Forças Armadas.
Afagos
Enquanto os membros governistas da comissão questionavam Mauro Cid sobre as denúncias que pesam sobre ele, entre às quais a de ter falsificado o cartão de vacina de Bolsonaro e a de tramar contra o estado democrático de direito no vandalismo de 8 de janeiro, bolsonaristas destinavam toda sorte de afagos ao depoente, como os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Magno Malta (PL-ES). "Continuo te chamando de amigo", disse Malta.
Panos quentes
Diante da baderna e do mimimi que virou o grupo de WhatsApp do Partido Liberal, em que aliados se ofendem entre si e criticam os 20 deputados do partido que votaram a favor da reforma tributária, o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, se viu obrigado a ir, em público, amenizar a crise interna. Em uma carta publicada em seu Instagram oficial, ele contemporizou a situação e afirmou que, se as pautas do atual governo a quem o PL é oposição, forem boas para o país não tem porquê votar contra. Há uma mensagem aí nas entrelinhas. Os próximos capítulos poderão ser reveladores.
Sem fatiamento
Ao anunciar o senador Eduardo Braga (MDB-AM) como o relador da PEC da reforma tributária no Senado nesta terça-feira, 11, o presidente da casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), deixou claro que a PEC não será fatiada como se ventilou nos corredores do Congresso Nacional no dia de hoje. "É importante que haja inteireza", disse o dirigente.
Análise técnica
Prático, o senador Eduardo Braga vai se debruçar nos números da reforma tributária para saber, exatamente, como ela vai se traduzir na economia do país. Nessa fase no Senado, ele deixou claro que o debate vai ser para quantificar o novo código tributário do Brasil. Para isso, ele precisa ter acesso à redação final do texto aprovado na Câmara dos Deputados, na semana passada, que ainda não foi publicado no Diário Oficial do Legislativo.
Nova tributação
O sentimento e o empenho do presidente, Rodrigo Pacheco, é para promulgar a nova carta tributária do Brasil até dezembro deste ano para começar a vigorar em 2024. Para isso, o relator terá dois meses, a contar de agosto, para debater, analisar as emendas, elaborar o parecer e colocá-lo em votação na CCJ e no plenário do Senado até outubro deste ano.
Educação
Vai à sanção do presidente Lula o projeto de lei 2.617/2023 que o Programa Escola em Tempo Integral no país. A matéria foi aprovada pelo Senado hoje. Com isso, o governo federal vai financiar matrículas de alunos em escolas de educação básica no período integral.
Coluna da Valéria Costa