Nesse último sábado tive a oportunidade de acompanhar uma ação solidária e ao mesmo tempo que tenho a obrigação de apresentar essa história na televisão, tenho a possibilidade de conhecer um pouco do episódio da vida real de um acreano que perdeu a mulher e como se não bastasse sua luta, ainda cria só suas quatro filhas com portabilidade de deficiência. Me perdoem se não acertei o termo correto!
Era uma quarta-feira que já passava das dez horas, quando o
coordenador do grupo Amigos Solidários chegou a Tv Norte Acre, local em que sou
gerente de jornalismo para buscarmos alinhar a cobertura e entrega de uma residência
ao senhor Francisco. Quem é Francisco? Também não sei e no momento não consegui
compreender melhor a história, pois sabia que mais adiante haveria a
oportunidade.
Busquei conhecer um pouco pelo material produzido de outros
colegas de outros veículos, mas achei algo muito superficial, como era um homem
que vive em Plácido de Castro e que gostaria de ganhar um banheiro, pois em sua
residência não tinha.
Chegamos ao local me coloquei na função de repórter e
questionei ao coordenador de como surgiu a história e o que levou a doarem uma
casa. Trata-se de um pai, viúvo, que morava em um município do interior do
Acre, que vivia de bico roçando terrenos e quintais, que por muitas vezes
deixava de comer para garantir que suas quatro filhas especiais tivessem o que
comer.
Que queria só um banheiro para poder de forma digna, não
precisar mais utilizar sacos ou sacolas todas as vezes que precisasse defecar e
proteger da chuva nos dias chuvosos para que nenhuma das filhas e ele próprio não
adoecessem. Que sua história só foi possível de conhecer através de uma
servidora da Apae.
O coordenador do grupo lançou a campanha nas redes sociais e
nos sites de arrecadação, onde a mera era arrecadar setenta mil para construir
o banheiro. Para surpresa de todos e principalmente do organizar, foi possível arrecadas
quinhentos e noventa mil, o que possibilitou a compra de uma casa em Rio
Branco, capital, onde poderá criar as filhas com maior dignidade e acesso aos
cuidados.
Além de própria casa, foi possível adquirir uma mais modesta,
que funcionará para aluguel e renda dos novos moradores da capital. As palavras
de ordem e de entonação que contribuíram para encher os olhos deste escriba com
lagrimas foram Deus, Gratidão e Paizão.
Paizão para mim funciona como uma espécie de gatilho e ao
mesmo temo me leva as outras duas se resumindo a primeira, Deus. Não teve quem
não se emocionasse com a felicidade dessa família. Isso serve para todos nós
como exemplo de perseverança, fé e família. Muitos pensam em jogar tudo para
cima e esse homem com tamanhas aprovações, aguentou firme e se Deus permitir,
só terão bênçãos.
Sei que você leitor deve estar estranhando a mudança desse
artigo, mas se fazia necessário reforçar a palavra e sentimento de esperança
pelos tempos difíceis que cada um de nós atravessa a sua maneira. Superação
será o próximo passo, por isso, força na peruca que tudo dará certo!
Victor
Augusto N. de Farias é jornalista, acadêmico de direito, radialista, fotografo e
empresário.