Ad Code

Responsive Advertisement

Sinal fechado

Sexta-feira chegou, som alto para animar a volta pra casa depois de um dia de trabalho e planos para festejar o feriado.

Olho rapidamente o celular que alerta a chegada de uma mensagem. Coloco o aparelho no banco do lado e quando subo a vista, vejo a única criatura que me faz perder o rumo, o coração se agita e sinto perder o controle de mim mesmo.

Vejo ela a alisar o cabelo enquanto conversa e sorri com a amiga do lado. Em menos de um segundo voltam as memorias, as sensações vividas, o toque de pele, o sorriso largo ao admirar os olhos, o perfume que cativa, as risadas altas, as cumplicidades.

Penso em baixar o vidro para falar, mas me limito a somente a admirar. O carro parece me entender e logo o perfume dela entra, sugo cada partícula daquela sensação em forma de aroma.

Que saudade de poder saímos para tomar algo, conversar por horas o mesmo assunto que se dividia em várias etapas a cada retomada. O nosso filme vem rolando até o momento da briga que nos impuseram sem imaginar que ali seria a ruptura de duas almas enamoradas.

Quando me vejo revivendo todas as emoções e penso novamente em baixar o vidro, sou interrompido pelo businaço que vinha atrás. Penso que ela também me sentiu, pois olhou fixamente para o carro e me presentou com um sorriso. Sinal abriu e volto a seguir meu caminho enquanto a vejo novamente ficando para trás pelo retrovisor.

Agora me pego a escrever para lembrar que tenho que esquecer e tentar acreditar que o ditado popular logo vai chegar, que para curar um amor não correspondido, só um outro amor para bem querer e se ter.

 

Victor Augusto N. de Farias é jornalista, radialista, fotografo e sindicalista.

Postar um comentário

0 Comentários

Ad Code

Responsive Advertisement