Eu não sei quem dança mais nessa vida, se os canalhas, os sentimentais ou os canalhas sentimentais. Eu só acredito em deuses das pistas, porque eu tenho, tu tens, ele tem...
Como introduzido no clipe do maior deus da dança brasileira, Sidney Magal e uma geração desta época que viu e acompanhou de perto a chegada da internet, muitos jovens não saberão, mas nos primeiros passos das conexões que só dispunha que era bem assalariado, as love story ainda carregavam os gracejos através da ajuda de músicas.
Logo depois que Adão e Eva foram convidados a se retirarem do paraíso, o conquistador alfa desta terra passou a utilizar mecanismos para a conquista da costela da criação. Aprenderam que era mais fácil a conquista pela música do que pelo porrete na cabeça da moça, como alguns imbecis ainda tenta até hoje. Mas isso é ponto para outro artigo.
Eu vivi essa época das cartas de amor com letras de música, aqueles que buscavam seu felizes para sempre através dos clubes de amizade das rádios – a difusora até hoje mantém essa tradição e quando o casal não anuncia mais, é porque o negócio engatou – até os primeiros passos de possíveis salas de bate-papo.
Os galerosos recorriam a algo mais refinado, algo sem compromisso e se o assunto era conhecer e adquirir conhecimento com certificado de falso Don Juan, as salas do Bol eram ótimas. Os mais pés no chão e dentro da realidade local saiam em busca no canal Acre, lá no antigo mirc.
E saudade daquele tempo. Conheci duas raivas minhas lá e uma apaixonite que até pouco tempo atrás mantinha sua foto nos arquivos. Mas como morar no Acre é viver em um ovo, na capital um ovo de codorna que todo mundo se conhece ou já teve uma história de vida, quando decidi excluir essas histórias, eis que o universo em uma brincadeira me faz reencontrar aquela linda moça.
A o coração velho chegou até a da uma batida mais forte. Mas antes que o abestado se enchesse de ilusão, fomos verificar tudo. A profissão obriga a gente a saber o terreno que estamos pisando. Dito e feito. O tempo passou e aquela linda costela casou e teve um lindo filho. Não me atrevi a perguntar a idade, não iria tentar nada, mas a alegria de rever me encheu de graça e suspiros solitários. Não pelo que perdi, mas ao imaginas que aquele bacuri poderia ser aquela raça superior que sonhamos em gerar.
Ela certamente não recorda de mim, não tem porque recordar, não vivemos aquela história lá atrás, mas tínhamos uma boa amizade e que foi resgata. Ainda a acho bela! Quando relatava o quando estava linda em pensamento, ela me pega de calça na mão e diz me conhecer e que gostaria de sair para conversarmos. E determina que o jantar é por conta dela! Sem pestanejar aceito, não para me encher de atrevimento, mas pela curiosidade de saber a estrada que percorreu até aquele dia do reencontro virtual.
Depois daquele jantar se passaram vinte anos e somente a dois anos decidimos tornar nossa relação presencial e virtual somente para confirmar que iremos sair ou saber como as crianças que já são adultos estão e se passarão o Natal conosco. Me despeço aqui, pois estamos saindo para jantar e comemorar. Saia mais do virtual e marque um olho no olho para não perder tempo como eu perdi. Fui!
Victor Augusto Nogueira de Farias é jornalista, rotariano, sindicalista e empresário.