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Sensualidade libertadora


Em meio a esse distanciamento das pessoas e da correria cotidiana, podemos tirar um tempo para observar as mudanças que vem ocorrendo no mundo antes e durante pandemia.

Dia desses observando minhas redes sociais e não escondo de ninguém que sou apaixonado pelas mulheres, só no meu instagram, elas são sessenta e quatro por cento do público. E já que estamos vivendo uma era dos chamados TBTs, muitas publicam em seus perfis, ensaios sensuais, uma foto mais cativante do que a outra.

A primeiro momento até brinquei no twitter, que me senti em uma quase suruba virtual, isso pelo fato de uma grande quantidade dessas moças, jovens, mães e até senhoras compartilharem os registros fotográficos usando lingeries ou quase nada das peças para mostrar seus corpos, jeitos, posições e inspirações.

Ao mesmo tempo que vi e fiz isso, me surgiu meio que do nada uma foto clássica, a foto do “suicídio mais bonito do mundo”, do fotografo Robert Wiles, que retratou minutos após o salto para a morte da jovem Evelyn McHale, que se jogou do Empire State Building. Em um breve resumo, se tratava de uma moça simples, possuía trabalho, seu namorado a pediu em casamento, mas por ter uma baixa estima, preferiu dar fim a sua vida por se julgar imperfeita até para viver.

O que isso tem haver uma coisa com a outra? Tudo! Como homem me limitaria a observar mulheres lindas, as chamadas gostosas e desejaria todas para o meu harém. Mas como repórter me senti no dever de tentar pensar pelo outro lado da lente. E coincidentemente uma outra amiga de São Paulo, que trabalha com a comercialização desses ensaios, relatou que nem toda sensualidade é nudez, um texto bem esclarecedor pelos motivos que a levaram a fazer o primeiro de muitos, e como homens são desrespeitosos.

Achei um entendimento que jamais teria observado. Estão vendo, somos tão limitados que se não fossem as mulheres, esse rascunho da criação não teria entendido. Explico. Imagine uma linda mulher, a mais desejada da sala, do bairro, do trabalho e por onde você for. De cara, nós homens queremos possuir, enquanto as mulheres em parte criticam por se acharem inferiores ou elogiam por servirem de modelo.

Mas tudo isso faz parte da fraqueza da humanidade, onde se revela por meio do olhar. Enquanto se observa um corpo nu em exposição, por trás da fotografia tem toda uma história. Diz um ditado popular que beleza não põem a mesa e isso é fato. Se beleza fosse tão incrível, nenhuma miss ou atriz, uma mulher bela, jamais pegaria chifre, seria trocada ou julgada por ser naturalmente bela.

A mulher por mais linda, por mais estudiosa, por mais fiel, por mais e mais de uma “exigência” da sociedade, não estariam em uma relação abusiva, não sofreria bullying, não seriam agredidas ou mortas por serem lindas como foi o caso da miss Manaus, assassinada pelo parceiro, um médico, alguém até então esclarecido. Infelizmente a realidade foi outra.

Esse é um assunto mais aprofundado que trarei no próximo artigo. Porém existe um mistério para quem está fora, mas existe uma história por trás da fotografia. Os ensaios sensuais não significam que as mulheres estão se oferecendo, que qualquer um pode chegar e achar que pode fazer o que quiser.

Uma mulher que busca esse tipo de produção nada mais quer do que mostrar uma evolução ou mesmo transformação da sua pessoa. Foi um relacionamento que não deu certo e ela quer se libertar e ao mesmo tempo esfregar na cara do outro o que ele perdeu ao sacania-lá; uma moça que era fofinha e quer melhorar sua autoestima para provar para si mesma que sua determinação levou a obter bons resultados e um corpo perfeito para ela mesma; tem a que fez o ensaio após as tatuagens que cobriram as marcas de uma agressão; as que fazem durante a gestação para mostrar seu melhor espirito em plenitude com seu corpo e alma.

Os motivos são os mais diversos e particulares. Quando você encontrar esse tipo de ensaio, tenha a curiosidade de conhecer a história daquela mulher, elas são fascinantes e se forem solteiras, vai que elas te dão moral. Agora cuidado, o que você fizer, também poderá virar registro de uma história que passou ou que ficou eternizada!

Victor Augusto é jornalista, rotariano, sindicalista e empresário.

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