Cerca de 34 policiais
penais foram afastados das atividades
com suspeita de contaminação pelo coronavírus, em Rio Branco. Destes seis
atestaram positivo e estão em isolamento social em suas residenciais. 12
atestaram negativo para covid19 e 01 já é considerado curado.
Apesar das medidas de proteção, outra preocupação da
categoria é com o baixo efetivo mesmo diante das ações estratégicas que têm
sido feitas para suprir as necessidades de policiais nas unidades prisionais.
O Diretor Presidente do IAPEN Arlenilson Cunha confirmou as
informações e disse que as providencias necessárias já foram tomadas. Além das
ações de prevenção, uma outra preocupação é com a baixa no efetivo.
“Tivemos uma baixa aí, consequentemente, devido a esses
afastamentos nós temos empregado outras unidades no complexo penitenciário,
como o GEPOL , o Grupo de Monitoramento e a Escolta Judicial para ajudar nos
trabalhos dentro das unidades prisionais e segurança das guaritas”, explicou o
diretor.
Arlenilson destaca
que em “todo Brasil é uma realidade esse déficit de recursos humanos, no Acre
não é diferente. Nós temos cerca de 1197 policiais efetivos, e com os
provisórios chegamos a 1317. Não é o ideal hoje, mas nós temos conseguido,
dentro das limitações, suprir de forma
que possamos garantir o mínimo de segurança possível”, esclareceu Arlenilson
Cunha.
Para Eden Azevedo, presidente da Associação do Policias
Penais do Estado do Acre, além do
problema com efetivo, o difícil acesso aos exames tem deixado a categoria
bastante preocupada.
“Os policias penais reclamam muito das dificuldades de fazer
o exame do covid19 e ir pra upa. O efetivo é muito baixo e há relatos de
policias que ficaram sozinhos em um pavilhão com 200 presos. Infelizmente pode
ter um caos, uma rebelião ou até mais uma tentativa de fuga em massa. Hoje tem
mais ou menos 20 policiais que estão esperando resultado e se pelo menos 10
desses der positivo, já é uma baixa muito grande,” disse Azevedo.
O presidente do sindicato alerta para o perigo, já que,
antes de serem afastados, os policiais tiveram contato com outros policiais e
até com presos.
“Já imaginou se um policial passar pra um preso? A epidemia
que vai gerar no complexo? Vai se alastrar de uma forma muito rápida e muito veloz.
Sabemos que dentro da cela o contágio é rápido demais” enfatiza ele.
Entre os detentos, a informação é de que pelos menos oito já
foram encaminhados para realizar o exame, destes, quatro deram negativos para
covid19, os demais aguardam o resultado.
No Batalhão de Operações Especiais, 01 policial atestou
positivo para covid19 e está em isolamento social em sua residência.
O comandante do BOP, Tenente Coronel Edener, confirmou o
caso, mas esclareceu que, por se tratar de policiais, possivelmente outros já estejam
ou sejam contaminados, mas são assintomáticos.
“Nós policias
militares, junto com a saúde somos duas entidades que não temos como parar. No caso
da polícia, temos que fazer o trabalho, o que inclui prisões e contato com
muitas pessoas, para que a tranquilidade da sociedade permaneça. Claro que nós
temos um biótipo físico e por sermos a maioria dos policias muito jovens, que
fazem muitas atividades físicas constantemente,
acabam que muito casos podem ser assintomáticos,” disse o comandante.
Por outro lado, Tem. Cel Edener alerta para os cuidados com
os familiares. Ele garantiu que os cuidados com os policias estão sendo
redobrados e o grupo está diariamente sendo orientado à como proceder na
chegada a suas residências, afim de preservar a saúde de seus familiares.