Oh deuses do destino, deusa Afrodite, se não era para ser, porque deixar esse singelo escriba gostar de uma costela da criação... se o amor é cego, o cupido no mínimo é míope ou deixou o estagiário perto das flexas da paixão.
Já disse a baiana Pitty “às
vezes, se eu me distraio, Se eu não me vigio um instante, Me transporto pra
perto de você, Já vi que não posso ficar tão solto, Me vem logo aquele cheiro, Que
passa de você pra mim, Num fluxo perfeito”.
Quando a gente se apaixona fica
besta demais, riso frouxo, pensamentos leves e um plano a dois com uma
perspectiva de vida a começar na semana que vem. O reconhecimento está nos
detalhes como frequentar os mesmos lugares, buscar as mesmas coisas, conhecer praticamente
as mesmas pessoas e se admirar por não ter se conhecido antes.
O rei Roberto Carlos quase
descreveu toda a razão dos suspiros longos na sua canção. A mulher que eu amo
tem a pele branquinha que se destaca mais no entardecer, é bonita, é pequena e talvez
me ama também. A mulher que eu amo tem tudo que eu quero
e até mais do que espero, encontrar em alguém.
Como coisa feita por olhares
invejosos e que gostam de azucrinar a sorte no amor dos outros por serem infelizes
com eles mesmos. Tudo mudou e o buque que planejava mandar murchou como nossa
proximidade. Como um velho lutador no fim de carreira a beira da ladeira.
De repente a seleção musical chega
no hit do Ritche e vem aquela clássica “Perdi a hora, mas encontrei você aqui/Desde
aquela noite eu nunca mais me entendi/ Você levou meu coração e levou o meu
olhar/Eu sigo cego e infeliz querendo te encontrar.
Como um dente dolorido e que
fingimos nada sentir, sigo fingindo normalidade, mas querendo você aqui. A vida
tem dessas coisas, se não foi hoje, amanhã quem sabe tenho você aqui.
Com a chegada do carnaval, vou
curtir outras bocas até ter você aqui.
Victor Augusto N. de Farias é
jornalista, radialista, rotariano, empresário, apresentador e acadêmico de
direito.