Durante a Tarauacá Rural Show 2024, realizada nesta sexta-feira (13), a professora Jucilene Cavali, da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), trouxe à tona as promissoras oportunidades da piscicultura no Acre. Em uma palestra voltada para estudantes e produtores rurais, Jucilene abordou o tema "Sistema de produção de pescado intensivo e integrado", destacando o potencial do estado para o crescimento desse setor. "A piscicultura no Acre tem um grandíssimo potencial de crescimento", afirmou a pesquisadora, atraindo a atenção dos presentes.
Ela ressaltou a necessidade de se investir em sistemas de produção integrados, que promovam uma conexão eficiente entre todas as etapas da cadeia produtiva, desde os produtores até frigoríficos e fábricas de ração. "Precisamos desenhar um modelo que integre essas cadeias e não deixe o produtor sozinho", explicou Jucilene, enfatizando a importância de uma cadeia bem estruturada para o desenvolvimento do setor.
Ao visitar as regiões de Tarauacá e Cruzeiro do Sul, a professora se mostrou impressionada com a abundância de recursos hídricos, um fator essencial para a piscicultura. "Confesso que estou surpresa com a região por ser muito rica em água. Isso é crucial para melhorar o mercado. Ou seja, mais da metade para um bom projeto, vocês já dispõem", observou ela, destacando o potencial natural da região para impulsionar a produção de peixes como o Tambaqui e o Pirarucu.
Apesar do cenário promissor, Jucilene destacou que ainda há uma carência de políticas públicas voltadas para o fortalecimento da piscicultura no estado, especialmente no que diz respeito ao apoio para a criação de espécies locais. Outro ponto abordado foi a importância estratégica da construção de um porto no Peru, que pode abrir novas rotas de exportação de pescado, ampliando o alcance do mercado acreano.
"O porto de Chancay, no Peru, está sendo organizado e construído pela China. Precisamos nos antecipar e nos organizar para aproveitar esse momento", ressaltou a professora. Ela lembrou ainda que Manaus é um grande consumidor de pescado, mas com produção limitada, o que abre espaço para que o Acre e Rondônia ampliem sua presença no mercado. "Rondônia tem 75% da sua produção de pescado destinada a Manaus. Com a abertura de novas rotas, o Acre deve se preparar para aproveitar essa oportunidade de escoamento", concluiu.
Por Wanglézio Braga